"Recorde de Prémios em 2024: Jogos da Santa Casa Alcançam Novos Patamares"

O ano de 2024 revelou-se excepcional para os Jogos Sociais da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, estabelecendo um novo marco em vendas e prémios. Com um total impressionante de 3.142,9 milhões de euros em vendas brutas, este ano ficou apenas atrás de 2019, a melhor performance até então.

Deste montante, um total de 895,5 milhões de euros foi destinado ao Estado, sendo 673 milhões de euros distribuídos a beneficiários e 211,6 milhões de euros oriundos do Imposto de Selo, o maior valor obtido até agora com os jogos sociais.

Segundo o relatório, 2024 também foi o ano em que mais prémios foram atribuídos aos apostadores, somando 2.073,2 milhões de euros. Esta performance não só beneficiou os jogadores, mas também resultou em remunerações recorde para mediadores, que alcançaram 247,9 milhões de euros. Muitas destas empresas são pequenos negócios familiares e a sua contribuição será vital para as economias locais.

Durante uma entrevista à agência Lusa, o provedor da Santa Casa, Paulo Sousa, destacou que ao assumir o cargo se deparou com uma "significativa variação negativa" nos jogos sociais em relação a 2023. Entre os seus principais objetivos esteve a recuperação dos resultados num prazo curto, o que levou a uma revitalização da rede de mediadores, que conta agora com cerca de 5.000 locais ativos no país.

Foi também implementada uma nova plataforma tecnológica nos pontos de venda, com investimentos que superam os 20 milhões de euros. Sousa sublinhou que 2024 foi o ano com o maior volume de vendas digitais de sempre e acentuou a importância de uma presença física no comércio dos jogos sociais.

Apesar dos jogos sociais serem uma vital fonte de receita para a instituição, a questão das dependências é uma preocupação constante. O provedor enfatizou que "os jogos sociais apenas representam 15% do total do mercado de jogos em Portugal" e que as raspadinhas correspondem a cerca de 7% desse total.

A Santa Casa, por sua vez, disponibiliza uma linha de apoio a indivíduos com problemas de jogo, destacando que "mais de 65% das chamadas não se referem a jogos sociais", o que indica uma diferença na perceção sobre o fenómeno do jogo. Sousa solicitou uma abordagem cuidada face ao crescente fenómeno do jogo online, que é considerado um "desafio da sociedade".