O líder do PCP insinuou que o almoço de aniversário do PSD apresentará uma ementa simbólica da austeridade, com referências à crise financeira e à falta de apoio aos reformados.
Paulo Raimundo, secretário-geral do PCP, comentou hoje, em Sesimbra, o almoço de comemoração do 51.º aniversário do PSD, que contará com a presença de ex-líderes sociais-democratas, como Aníbal Cavaco Silva, Pedro Passos Coelho e Luís Marques Mendes. Raimundo, com ironia, referiu-se à ementa que, segundo ele, será reminiscentes da troika: "Deve ser batatas fritas de Bruxelas, salsicha alemã e uma sopa rala, cheia de água".
O líder comunista antecipou que esta refeição virá acompanhada de uma ausência notável de vinho, relembrando as declarações do ex-presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, que, em 2017, apontou o dedo aos europeus do Sul por supostamente desperdiçarem o seu dinheiro em copos e mulheres.
Raimundo alertou que a fatura das crises financeiras continuará a pesar sobre os mesmos. "Na crise de 2008, pagámos todos nós que estamos aqui. Depois, na pandemia, fomos novamente nós. Agora, com a guerra, a carga vai sempre para os mesmos", declarou.
Quando questionedado sobre a relação de Luís Montenegro com os reformados, Raimundo comentou que o líder da AD poderá ter feito as pazes "com alguns", mas não com "um milhão de reformados com pensões abaixo de 510 euros". O secretário-geral do PCP sublinhou que Montenegro falta à verdade ao afirmar que os medicamentos são gratuitos para todos os reformados. Para ele, a luta pela melhoria das pensões e a gratuitidade dos medicamentos deve ser uma prioridade.