Economia

Queda nas bolsas de Nova Iorque aguarda discurso de Jerome Powell

A bolsa de Nova Iorque terminou em baixa, sob a pressão do setor tecnológico e da ansiedade dos investidores antes do discurso do presidente da Fed, Jerome Powell, em Jackson Hole.

21/08/2025 22:20
Queda nas bolsas de Nova Iorque aguarda discurso de Jerome Powell

A sessão de hoje na bolsa nova-iorquina terminou com resultados negativos, com os investidores a lidarem com a incerteza do mercado, especialmente à espera do discurso do presidente da Reserva Federal dos Estados Unidos (Fed), Jerome Powell. Os índices Dow Jones e Nasdaq recuaram 0,34%, enquanto o S&P 500, que reflete um leque mais amplo de ações, desvalorizou-se em 0,40%.

"Neste momento, não há grande convicção entre os investidores", observou Patrick O'Hare, da Briefing.com, em declarações à agência France-Presse (AFP). "A expectativa em torno do que Powell irá dizer amanhã [sexta-feira] gera alguma apreensão." O discurso fatídico está agendado para amanhã às 15:00, hora de Lisboa, no contexto da conferência em Jackson Hole, Wyoming, que junta vários governadores de bancos centrais.

A atenção dos investidores está centrada em pistas sobre a política monetária futura da Fed. A recente diminuição no número de investidores que preveem um corte de juros na próxima reunião em setembro evidenciou uma ligeira alteração nas expectativas, mas a tendência ainda é maioritária, conforme indica a ferramenta de monitorização FedWatch da CME.

"Recentes comentários de responsáveis pela Fed podem ter levantado dúvidas sobre um eventual corte nas taxas", notou O'Hare. Beth Hammack, presidente da Fed de Cleveland, destacou na plataforma Yahoo Finance que a inflação continua elevada nos EUA e, caso a reunião de política monetária ocorresse amanhã, "não haveria motivo para reduzir as taxas de juro."

Em termos de indicadores económicos, os dados revelaram que a atividade do setor privado nos EUA cresceu em agosto ao nível mais elevado desde dezembro passado, e as vendas de imóveis residenciais usados mostraram uma recuperação em julho. No entanto, os pedidos de subsídio de desemprego aumentaram para 235.000, desafiando as previsões de estabilização em 225.000, o que sugere um possível enfraquecimento do mercado de trabalho. Nancy Vanden Houten, da Oxford Economics, alerta que fatores sazonais podem ter influenciado este aumento.

No mercado obrigacionista, o rendimento dos títulos do governo a 10 anos subiu para 4,33% por volta das 21:10, em comparação com 4,30% no fecho anterior. O'Hare também assinala uma "fraqueza relativa" nas ações de grandes empresas, particularmente no setor tecnológico, onde muitas delas, apesar de terem tido desempenhos excepcionais, estão a corrigir à baixa à medida que os investidores começam a realizar lucros.

Exemplos disso incluem a Apple, que caiu 0,49% para 224,90 dólares, enquanto a Nvidia perdeu 0,24%, ficando a 174,98 dólares. A Meta, empresa-mãe do Facebook e Instagram, viu os seus títulos desvalorizar 1,15%, para 739,10 dólares. A Boeing, por sua vez, fechou em queda de 0,51%, a 224,46 dólares, após uma subida inicial influenciada por notícias de negociações com autoridades chinesas sobre uma potencial encomenda de até 500 aeronaves.

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