Pressão sobre Hamas aumenta para acordo de libertação de reféns
Benjamin Netanyahu afirma que o Hamas enfrenta uma intensa pressão para negociar a libertação de reféns, após sinais de aceitação de um cessar-fogo durante as negociações no Cairo.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou hoje que "o Hamas está sob forte pressão" para chegar a um acordo sobre a libertação dos reféns que mantém na Faixa de Gaza. Estas afirmações surgem após relatos que indicaram que o grupo palestiniano teria aceitado a proposta mais recente de cessar-fogo proposta pelos mediadores no Cairo, embora ainda não tenha havido uma confirmação oficial por parte do Hamas.
Netanyahu partilhou essas observações numa mensagem em vídeo, após um encontro com tropas em Gaza e com o ministro da Defesa, Israel Katz. Ele afirmou que a situação atual leva a crer que o Hamas está a intensificar a sua disposição para negociar.
Por sua vez, o ministro Katz atribuiu esta nova postura do Hamas à pressão militar israelita, que tem intensificado os bombardeamentos sobre Gaza, uma cidade que abriga cerca de um milhão de cidadãos. "É notável que, após semanas de relutância em aceitar propostas de cessar-fogo, o Hamas agora esteja a considerar um acordo", observou Katz, referindo-se ao crescente medo do movimento islamita em relação à possibilidade de uma ofensiva militar mais agressiva por parte de Israel.
Uma fonte ligada à segurança egípcia confirmou à agência EFE que o Hamas aceitou a última proposta, que deverá ser discutida com o governo israelita através da mediação dos Estados Unidos. Essa proposta inclui a suspensão das atividades militares do Hamas na Faixa de Gaza, um cessar-fogo de 60 dias em troca da libertação de 10 reféns israelitas, e um reforço significativo da ajuda humanitária para a região, que atravessa uma grave crise humanitária.
Aumentando as tensões no terreno, tanto o Hamas quanto Israel têm lutado para definir os termos de um acordo, com o Hamas a exigir a retirada total das tropas israelitas e a cessação da guerra, enquanto Israel procura uma trégua temporária e aprecia ocupar Gaza.
Entretanto, Netanyahu enfrenta juga forte pressão tanto interna como internacional, com múltiplos apelos para que se ponha fim ao sofrimento da população de Gaza. Recentemente, dezenas de milhares de israelitas manifestaram-se em Telavive exigindo o término das hostilidades e o regresso dos reféns sequestrados em 7 de outubro de 2023, durante um ataque do Hamas que resultou em cerca de 1.200 mortos de civis e 251 reféns.
A guerra na Faixa de Gaza já causou, conforme relatórios atualizados, pelo menos 62.004 mortes, a maioria civis, e ferido 154.906 pessoas, além de milhares desaparecidos e infelizmente sem esperança de resgate.
A ONU e várias organizações humanitárias têm alertado para a grave crise humanitária no território, onde mais de 2,1 milhões de pessoas enfrentam uma "situação de fome catastrófica". O bloqueio da ajuda humanitária, que se arrasta há meses, continua a agravar a situação, levando a ONU a declarar que Israel utiliza a fome como uma arma de guerra.