Portugal vê qualidade das elites em queda, mas avança na gestão da dívida

Em 2025, Portugal registou uma descida significativa no Índice de Qualidade das Elites, elaborado pela Faculdade de Economia da Universidade do Porto (FEP) em parceria com a Universidade de Saint Gallen e outras instituições internacionais. O país caiu cinco lugares, posicionando-se agora em 30.º entre 151 nações, a maior descida desde a criação deste ranking.

O estudo aponta que a deterioração da qualidade da elite portuguesa se deve, em grande parte, a uma "evolução negativa no sub-índice de poder", especialmente em relação ao poder económico das elites. Um dos factores que mais se destacou foi a queda no pilar de "destruição criativa", que analisa a revitalização do tecido económico. A introdução de novos indicadores sobre investimento privado em inteligência artificial (IA) evidenciou que Portugal está mal posicionado nesta área.

A análise também revela que o país não se saiu bem no sub-índice de valor, sugerindo uma "perda de valor económico" associada a contínuas fragilidades estruturais, como o reduzido crescimento da produtividade do trabalho, uma alta taxa de desemprego juvenil, a fuga de talentos, a baixa participação na força de trabalho e problemas de acesso à habitação.

No entanto, houve progressos em outros indicadores, como o rácio da dívida pública e o desempenho ambiental. A FEP advertiu sobre as perdas significativas na capacidade de criação de valor económico e sublinhou que a diminuição da qualidade das elites, ligada a fragilidades internas, dificulta a resposta ao complexo panorama global.

Apesar da queda, Portugal permanece dentro do primeiro quintil dos países avaliados. O Índice avalia 149 indicadores distribuídos em quatro dimensões principais: poder económico, poder político, valor económico e valor político.

No topo do ranking, Singapura continua a liderar, seguida pelos Estados Unidos, que ascenderam ao segundo lugar impulsionados pelo desempenho em IA, enquanto a Suíça caiu para a terceira posição.