Cultura

O poder dos sonhos: a transformação na Mundu Nôbu de Dino D'Santiago

A Mundu Nôbu, fundada por Dino D'Santiago, transforma as vidas de jovens de comunidades marginalizadas, oferecendo oportunidades e apoio na busca dos seus sonhos através da arte e do empoderamento.

28/06/2025 06:20
O poder dos sonhos: a transformação na Mundu Nôbu de Dino D'Santiago

A Mundu Nôbu, associação criada por Dino D'Santiago e Liliana Valpaços, surge como um farol de esperança para jovens oriundos de comunidades menos favorecidas que desejam explorar o seu potencial. Em um ano, cerca de cem jovens, selecionados entre 500 inscritos, têm encontrado neste espaço as ferramentas necessárias para superar desafios como o racismo e a discriminação.

Dino D'Santiago, artista e presidente da associação, já revelou em conversas que aprende tanto quanto ensina, demonstrando a importância do seu papel como modelo inspirador. “Muitos destes jovens vêm de contextos onde sonhar parece um privilégio, mas na Mundu Nôbu percebem que têm apoio e recursos para transformar esses sonhos em realidade,” afirma.

As histórias estão repletas de conquistas: desde um estágio na área de jornalismo a diálogos com o Presidente da República sobre diplomacia. A música e a poesia são igualmente celebradas, com um jovem a representar Portugal em Osaka com um poema da sua autoria.

Abigail, de 19 anos, expressa como a associação lhe permitiu conectar-se com diversas culturas e realidades, inspirando a sua paixão por desenhar. Raquel, de 18 anos, partilha a crença de que a Mundu Nôbu a está a ajudar a concretizar o seu sonho de se tornar jornalista, enquanto Leonor, de 16 anos, sonha ser bailarina e tem aspirações de criar uma empresa de arquitetura.

Diana, 17 anos, destaca a influência positiva dos convidados que visitam a associação, como a atriz Rita Pereira, que a motivaram a acreditar nos seus próprios sonhos.

Dino adverte para as dificuldades enfrentadas pelos jovens, que, frequentemente, vêm de famílias precárias e convivem com a realidade dura de bairros desfavorecidos. Contudo, a associação fornece suporte contínuo, ajudando a partilhar experiências e a lidar com temas difíceis como o racismo e a exclusão social.

As relações formadas no Mundu Nôbu são cruciais, pois oferecem um espaço seguro onde os jovens sentem que podem expressar vulnerabilidades. “O facto de se sentirem ouvidos transforma a dinâmica do grupo e dá-lhes uma sensação de pertença,” observa Dino.

Os eventos trágicos que marcam a vida destes jovens, como homicídios em bairros vizinhos, servem para reforçar a necessidade de apoio e compreensão. Ângela Almeida, monitora social, acredita que a mudança já começou neles e que vão querer ser agentes de mudança para outros. José Vaz, também monitor, realça que a confiança é fundamental e que a missão da associação é ver esses jovens a acreditarem em si mesmos.

A Mundu Nôbu é, assim, não apenas uma associação, mas um catalisador de transformação social, onde os sonhos se realizam à velocidade da luz, mesmo em meio à adversidade.

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