Milhares de pessoas encheram a Avenida dos Aliados, no Porto, para celebrar o 1.º de Maio, reafirmando que "Maio está na rua" e que a luta dos trabalhadores continua forte.
Hoje, a Avenida dos Aliados, no Porto, acolheu milhares de manifestantes que vieram celebrar o Dia Internacional do Trabalhador, reafirmando que "Maio está na rua e a luta continua". Com o sol a brilhar, a maioria era de pessoas mais velhas.
A festa, inicialmente programada para as 15h, começou com música depois das 15:15, atraindo os participantes para um vibrante cortejo pelas ruas da cidade. Cartazes com apelos a melhores salários, melhores condições de trabalho, mais habitação e dignidade alimentavam a mensagem coletiva.
Dentre os participantes, muitos empunhavam bandeiras, entre elas várias da Palestina, enquanto insufláveis e bares improvisados animavam a praça. Uma das mensagens que se destacou foi: "O dia é nosso, trabalhadores".
José Mendes, um trabalhador metalúrgico jubilado de 74 anos, relembrou as suas primeiras manifestações no 1.º de Maio, após a Revolução de Abril. "Vim no 1.º de Maio de 1974, a sentir o cheiro da Liberdade pela primeira vez", recordou, carregando com orgulho a bandeira da CGTP.
Para Maria dos Anjos, uma reformada de 69 anos, esta é uma celebração que não se pode perder: "É a festa do povo, dos trabalhadores. Hoje em dia, as novas gerações enfrentam incertezas, precariedade e falta de habitação", lamentou. Ao lado, muitos jovens ainda ignoram a chamada à luta e preferem desfrutar da praia.
Os discursos foram breves, com o apelo para que todos aproveitassem o sol antes que a chuva regresasse. Com uma mescla de idades, os mais velhos não deixam de marcar presença: "Nós lutamos por eles, são os nossos filhos", afirmou Maria, antes de se juntar à marcha.
O 1.º de Maio, celebrado pela primeira vez em 1886 em Chicago, tem uma história de luta por direitos, recordando a violência que os trabalhadores enfrentaram na busca por melhores condições. Em Portugal, após o 25 de Abril, as manifestações do 1.º de Maio surgiram como poderosos símbolos de liberdade e exigências sociais.
"Maio está na rua, a luta continua", ecoou entre os participantes pelas ruas do Porto.