Nova campanha de anilhagem de aves arranca em Santiago do Cacém
A Estação Ornitológica Nacional inicia uma nova campanha de anilhagem de aves, prevendo captar milhares durante os próximos meses na Reserva Natural das Lagoas de Santo André e da Sancha.

A Estação Ornitológica Nacional (EON), localizada na Reserva Natural das Lagoas de Santo André e da Sancha, no concelho de Santiago do Cacém, deu início a mais uma edição da sua Campanha Internacional de Anilhagem de Aves, que se estende até outubro de 2024.
Durante a campanha do ano passado, foram capturadas 3.206 aves, das quais 2.589 foram anilhadas, representando 78 espécies e subespécies, enquanto 617 aves foram recapturadas, conforme relatado pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).
Este projeto remonta a 1977, quando teve lugar a primeira campanha na Lagoa de Santo André. Desde essa altura, o evento atrai tanto investigadores especializados como o público em geral, interessado em aprender mais sobre a avifauna.
Até à data limite de 10 de outubro, a EON, inaugurada em 2004, planeia realizar diversas iniciativas, incluindo formações e visitas à estação, que recebe anualmente dezenas de alunos, famílias e turistas curiosos.
Segundo o ICNF, as formações têm como objetivo dotar os participantes de conhecimentos teóricos e práticos sobre a anilhagem, incluindo sessões práticas que envolvem a montagem e desmontagem de redes, anilhagem e observação de aves.
As atividades são coordenadas a nível nacional pelo ICNF, através do Centro de Estudos de Migrações e Proteção de Aves (CEMPA), e da Central de Anilhagem. A anilhagem é uma técnica vital para o estudo das migrações e reprodução das aves, proporcionando dados cruciais para a sua conservação.
O ICNF destacou que a Lagoa de Santo André é considerada um local essencial para este trabalho, tendo sido capturadas, recapturadas e anilhadas, desde o início das campanhas, um total de 173.266 aves pertencentes a 192 espécies.
As aves mais frequentemente capturadas até agora incluem o rouxinol-pequeno-dos-caniços (Acrocephalus scirpaeus), a andorinha-das-chaminés (Hirundo rustica) e a felosa-musical (Phylloscopus trochilus).
A formação de anilhadores é um processo rigoroso, podendo durar de dois a três anos, durante o qual os aprendizes são avaliados para garantir a qualidade do trabalho realizado. Todos os anilhadores devem seguir um código de conduta que visa assegurar o bem-estar das aves selvagens.