Noa Argamani Relata Intimidação Durante Conferência no Canadá
A sobrevivente do Hamas, Noa Argamani, partilhou a sua experiência na Universidade de Windsor, onde foi alvo de protestos que a deixaram angustiada.

Noa Argamani, uma das conhecidas sobreviventes do Hamas, descreveu como se sentiu ameaçada durante um evento em que fora convidada a partilhar a sua história na Universidade de Windsor, no Canadá.
A jovem, que foi sequestrada enquanto assistia a um festival de música no sul de Israel, permaneceu em cativeiro durante aproximadamente nove meses, voltando à sua vida normal apenas em junho do ano passado.
No dia 26 de junho, Noa tinha sido convidada para apresentar a sua experiência, mas a sua presença desencadeou uma reação negativa. De acordo com a própria, um grupo de apoio à Palestina cercou as entradas da sala onde se realizava a conferência, proferindo gritos ameaçadores como “O Hamas está a caminho”. Esta situação deixou Noa visivelmente alarmada.
“Recuso-me a permitir que os simpatizantes do terrorismo definam a narrativa”, escreveu Noa em um post no Twitter, expressando a sua determinação em continuar a lutar pelos direitos dos reféns e a expor as ações do Hamas. Ela mencionou a dor pessoal de ter perdido amigos e, em especial, a angústia pela separação do seu parceiro, Avinatan.
O evento, presidido por Miriam Kaplan, foi caracterizado como uma “tentativa vergonhosa de intimidar uma sobrevivente”, levando a um apelo à universidade para condenar os protestos, que foram considerados uma transgressão à liberdade de expressão.
Embora não tenham ocorrido detenções, a polícia de Windsor geriu a situação, assegurando a segurança no local após receberem várias queixas sobre distúrbios.
Noa Argamani ganhou notoriedade após a sua captura ser filmada e amplamente divulgada, mas ao ser libertada, não esqueceu os que ainda permanecem em cativeiro. “Atualmente, há ainda 120 reféns do Hamas, incluindo o meu companheiro. Devemos fazer tudo para os trazer de volta”, reafirmou.
Durante os meses de cativeiro, Noa confiscou constrangimentos severos, como o facto de ter tomado duche apenas duas vezes por mês e ter sido transferida para diversos locais, incluindo túneis.
A sua libertação ocorreu numa das operações mais significativas da guerra, numa época em que os confrontos na região resultaram em múltiplas vítimas entre os palestinianos, incluindo crianças.