Nanossatélite ISTSat-1 da Universidade Técnica Celebra um Ano em Órbita

O ISTSat-1, uma conquista do Instituto Superior Técnico (IST), celebrou um ano de presença no espaço, após ser lançado a 9 de julho de 2024, a bordo do novo foguetão europeu Ariane 6. Horas depois de atingir a órbita, o satélite começou a enviar os seus primeiros sinais para a Terra.

Embora tenha enfrentado problemas iniciais de transmissão devido à fraca potência dos sinais, o IST anunciou que a comunicação com o nanossatélite está agora estabilizada, após a construção de antenas de transmissão de dados de maior dimensão em terra.

Atualmente posicionado a 580 quilómetros de altitude, o ISTSat-1 opera acima da Estação Espacial Internacional. Este projeto, que envolveu estudantes e docentes do IST, tem como objetivo testar um inovador descodificador de mensagens destinadas a aviões. Isso permitirá a sua localização em áreas remotas e avaliará a viabilidade do uso de nanossatélites na receção de dados sobre o estado das aeronaves, como velocidade e altitude, contribuindo para a segurança aérea.

Nos próximos dois meses, a equipe técnica espera demonstrar o "funcionamento básico" do equipamento. Segundo João Paulo Monteiro, engenheiro de sistemas do ISTSat-1, "há uma infinidade de testes a realizar, mantendo-nos ocupados até ao final da vida útil do satélite," que já completou cerca de 5.500 órbitas em torno da Terra.

Integrado num programa da Agência Espacial Europeia (ESA) direcionado a instituições acadêmicas, o ISTSat-1 permanecerá em órbita entre cinco e 15 anos antes de reentrar na atmosfera, embora a sua missão tenha uma duração menor.

O ISTSat-1, que representa um investimento de aproximadamente 270 mil euros, é o terceiro satélite português a ser lançado, seguindo-se ao nanossatélite Aeros MH-1, lançado em março de 2024, e ao microssatélite PoSAT-1, que foi lançado em 1993. Ambos já concluíram as suas missões, com o Aeros MH-1 a perder comunicação em janeiro e a reentrar na atmosfera a 10 de abril.

Recentemente, em janeiro, foram lançados novos satélites, como o microssatélite PoSAT-2, desenvolvido pela LusoSpace, e o nanossatélite Prometheus-1, da Universidade do Minho.