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Microplásticos nos alimentos: um risco oculto nas nossas embalagens

A presença de microplásticos nos alimentos é alarmante. Apenas guardar comida em recipientes plásticos pode introduzir essas partículas nocivas na nossa dieta.

há 7 horas
Microplásticos nos alimentos: um risco oculto nas nossas embalagens

A contaminação alimentar por microplásticos está a tornar-se uma preocupação crescente. Um estudo que analisou 103 investigações científicas revelou que práticas aparentemente inocentes, como abrir uma garrafa de água ou utilizar uma tábua de plástico, podem libertar pequenas partículas de plástico nos alimentos.

Surpreendentemente, também as garrafas de vidro com vedações de plástico, copos de café descartáveis, saquinhos de chá e recipientes próprios para microondas estão a contribuir para a liberação de microplásticos. A investigação liderada pela bióloga Lisa Zimmermann destaca a gravidade da situação, afirmando que “as embalagens de alimentos são uma fonte direta de micro e nanoplásticos presentes na comida”.

À medida que os cientistas se aprofundam no estudo dos microplásticos, a sua ubiquidade torna-se evidente. Estes fragmentos, invisíveis a olho nu, resultam da degradação de vários tipos de polímeros e estão presentes em muitos aspetos da vida moderna, desde a embalagem de produtos até à roupa.

Os microplásticos foram detetados em todos os principais órgãos de organismos, incluindo no corpo humano. A sua presença, mesmo em placentas, levanta sérias questões sobre as consequências à saúde. Um estudo recente apontou que pacientes cardíacos e vítimas de AVC com níveis elevados de microplásticos nas artérias correm um risco aumentado de morte.

Os investigadores avaliaram 600 artigos sobre a presença de microplásticos em alimentos e 96% revelaram a deteção destas partículas. É particularmente alarmante que a utilização repetida de utensílios plásticos, como tigelas de melamina, parece aumentar a quantidade de microplásticos libertados a cada lavagem.

Além disso, alimentos ultraprocessados contêm níveis mais elevados de microplásticos em comparação com opções minimamente processadas, devido à exposição a equipamentos plásticos durante as várias etapas de processamento.

Os resultados indicam a necessidade urgente de mais pesquisas sobre o impacto dos microplásticos na saúde humana e a efetividade das embalagens de plástico na contaminação dos alimentos. “Este estudo evidencia que, em condições de uso normais, os artigos plásticos em contacto com alimentos podem libertar MNPs”, defende a equipa no artigo publicado na npj Science of Food.

Uma análise mais minuciosa sobre a contribuição das embalagens de plástico para a exposição a microplásticos é essencial, e uma abordagem preventiva que limita o uso de plásticos na cadeia alimentar é considerada fundamental.

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