Merz alerta Rússia sobre sanções adicionais se não houver avanços nas negociações

Friedrich Merz, o novo chanceler da Alemanha, reiterou esta manhã que a Rússia enfrentará um novo conjunto de sanções caso não se verifiquem "avanços significativos nesta semana" em direção a um cessar-fogo na Ucrânia.

Merz indicou que, caso Moscovo não aceite a proposta dos aliados de Kyiv para um cessar-fogo de 30 dias, Berlim irá pressionar a União Europeia (UE) a adotar "um endurecimento substancial das sanções", que visariam particularmente "os setores energético e financeiro".

As declarações de Merz surgem na sequência de uma chamada à ação do Ministro dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, Johann Wadephul, que pediu à Rússia que tomasse uma postura decisiva em prol da paz, a dois dias de possíveis diálogos diretos em Istambul. O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, desafiou Vladimir Putin a participar nas conversações.

Wadephul afirmava que a Rússia necessita demonstrar a sua vontade de se sentar à mesa das negociações, sublinhando que Kyiv "deu um grande passo em frente" ao estar disposta a iniciar negociações incondicionais sobre um cessar-fogo e um acordo de paz.

A Ucrânia enfatizou que a ausência de Putin nas negociações em Istambul seria o "último sinal" de que Moscovo não está interessada em pôr fim à guerra que começou em fevereiro de 2022.

O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, não comentou a proposta de Zelensky, mas afirmou que a Rússia continua a preparar-se para as negociações previstas para quinta-feira, limitando-se a dizer que essa era toda a informação que poderia fornecer.

Na segunda-feira, ministros dos Negócios Estrangeiros de diversos países europeus solicitaram à Rússia que demonstrasse progressos "sem demora", com o intuito de permitir negociações para uma paz "justa e duradoura" na Ucrânia e demonstraram a disposição de considerar novas sanções contra Moscovo.

Reunidos em Londres, chefes da diplomacia do Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Polónia, Espanha e União Europeia concordaram em implementar "medidas ambiciosas" para limitar a capacidade russa de continuar a guerra. Essas medidas incluem restrições aos rendimentos da Rússia, perturbação da chamada "frota fantasma" de navios que transportam petróleo russo e aumento do teto máximo do preço do petróleo, juntamente com a redução das importações de energia russa.

A Ucrânia tem beneficiado de apoio financeiro e militar dos aliados ocidentais desde que a Rússia invadiu o país, em 24 de fevereiro de 2022, com sanções a sectores-chave da economia russa a visarem diminuir a capacidade de Moscovo de financiar a sua guerra na Ucrânia.