Mais de 3 mil indivíduos suspeitos de abandono de animais nos últimos dez anos
Durante a última década, foram identificados 3.014 suspeitos de abandono de animais, com o verão a ser considerado um dos períodos mais críticos, segundo a GNR.

Nas estatísticas reveladas pelo portal Estatísticas da Justiça, gerido pela Direção-Geral da Política de Justiça, surge um dado alarmante: entre 1 de janeiro de 2015 e 31 de dezembro de 2024, 3.014 indivíduos foram identificados como suspeitos de abandono de animais de companhia. As polícias, nomeadamente a PSP e a GNR, destacam que 1.706 destes suspeitos eram homens e 1.308 mulheres.
O início da década de criminalização do abandono de animais foi marcado por um mínimo em 2015, com 205 identificações, enquanto o ano passado apresentou um aumento para 320. O auge dos casos aconteceu em 2022, com 364 registos, evidenciando uma preocupação crescente com esta questão.
Durante o mesmo período, totalizaram-se 6.711 crimes de abandono de animais de companhia. O ano de 2015 teve a menor taxa de incidência, com 472 casos, e 2019 registou o maior número, com 801 ocorrências. No último ano, contabilizaram-se 652 crimes relacionados.
Em 2025, até ao final de julho, a GNR reportou 214 crimes de abandono, enquanto a PSP registou 117 até junho. As autoridades identificam os meses de verão, especialmente as férias, como períodos críticos para o abandono de animais, designadamente cães e gatos.
A GNR alerta que a adoção de um animal de companhia implica responsabilidades, apelando a uma conduta responsável mesmo durante as férias. "Existem alternativas adequadas para acolher os animais, ao invés de os abandonar", enfatiza a força de segurança.
A PSP ecoa este apelo, instando a população a respeitar os direitos dos animais. O Código Penal prevê penas que podem chegar a seis meses de prisão ou 60 dias de multa para a prática do abandono. Este sábado, celebra-se o Dia Internacional do Animal Abandonado, um lembrete da importância de um compromisso sério com a proteção dos animais.