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Jornalista ucraniana foi brutalmente torturada em detenção russa

há 5 horas

Nova investigação revela que o corpo de Viktoria Roshchina, identificada por ADN e etiqueta, apresentava evidentes marcas de tortura e brutalidade enquanto estava sob custódia russa.

Jornalista ucraniana foi brutalmente torturada em detenção russa

Viktoria Roshchina, a jornalista ucraniana de 27 anos, que faleceu enquanto estava detida pelas autoridades russas, foi submetida a torturas durante o cativeiro, segundo apurações.

Os exames forenses revelaram diversos sinais de maus-tratos, nomeadamente escoriações, hemorragias, uma costela partida, e a remoção de órgãos vitais – como os globos oculares, o cérebro e parte da laringe –, tendo ainda o osso hioide sido fracturado. Estes achados foram confirmados pelo chefe do departamento de crimes de guerra do Procurador-Geral da Ucrânia, Yurii Bielousov, num vídeo divulgado pela Ukrainska Pravda.

Uma investigação realizada por jornalistas de seis países, envolvendo publicações como The Washington Post e The Guardian, constatou que o corpo da jovem foi devolvido à Ucrânia em fevereiro, acompanhado de uma etiqueta que identificava o sobrenome Roshchina. Os testes de ADN confirmaram, com mais de 99% de certeza, a identidade da vítima, e investigações complementares estão a ser efetuadas com o apoio de especialistas franceses.

Detida em agosto de 2023 durante uma reportagem no leste da Ucrânia, Viktoria foi inicialmente detida nas cidades de Enerhodar e Melitopol, sendo posteriormente transferida para um centro de detenção gerido pelo Serviço Federal de Segurança da Rússia, em Taganrog. Durante o seu cativeiro, manteve-se isolada do mundo exterior, tendo conseguido telefonar ao pai em agosto para mencionar uma possível troca de prisioneiros. Contudo, na troca que envolveu 49 ucranianos, o seu nome esteve ausente, e a jovem acabou por morrer em 19 de setembro.

Enquanto fontes ucranianas indicam que a remoção de órgãos foi uma forma de encobrir a brutalidade e tortura, autoridades russas defendem que estes procedimentos podem fazer parte do tratamento normal de cadáveres. A morte de Viktoria Roshchina simboliza mais um trágico exemplo dos horrores sofridos por civis num contexto de conflito.

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