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Japão considera China como principal ameaça à segurança nacional

O Japão expressa preocupações sobre a crescente atividade militar da China, classificada como o maior desafio estratégico, enquanto reforça suas defesas face à tensão na região do Indo-Pacífico.

há 6 horas
Japão considera China como principal ameaça à segurança nacional

O governo japonês emitiu um alerta sobre a acelerada militarização da China, abrangendo desde as costas sudoeste do Japão até o Pacífico, considerando Pequim o "maior desafio estratégico" à sua segurança.

No relatório anual do Ministério da Defesa do Japão, apresentado ao Executivo, são evidenciadas as crescentes ligações militares entre a China e a Rússia, as tensões em torno de Taiwan e as ameaças da Coreia do Norte como preocupações críticas para Tóquio.

"A comunidade internacional enfrenta uma nova era de crises, lidando com desafios sem precedentes desde o fim da Segunda Guerra Mundial", destaca o relatório de 534 páginas, que alerta para mudanças profundas no equilíbrio de poder global e o aumento da rivalidade entre a China e os Estados Unidos.

A segurança na região do Indo-Pacífico, onde o Japão se encontra, é mencionada como um foco de ameaças que podem intensificar-se nos próximos anos.

Considerando o receio de um possível conflito em Taiwan — que a China considera parte do seu território e está disposta a anexar à força se necessário — o Japão tem acelerado o fortalecimento militar nas ilhas do sudoeste, incluindo a preparação para o lançamento de mísseis de cruzeiro de longo alcance.

Recentemente, Taiwan realizou manobras militares anuais, enquanto o Japão testou um míssil antinavio de curto alcance no último mês.

O relatório destaca que a presença de embarcações de guerra chinesas no Pacífico tem aumentado, com as passagens ao largo do sudoeste japonês a triplicar nos últimos três anos, abrangendo águas entre Taiwan e a ilha de Yonaguni.

A divulgação do relatório segue-se à reivindicação japonesa para que a China suspenda os voos de caças em "proximidade anormal" a aeronaves de reconhecimento japonesas, um pedido que foi contestado por Pequim com acusações de espionagem.

O documento menciona ainda dois incidentes em junho, quando Tóquio observou pela primeira vez dois porta-aviões chineses a operar em conjunto na região do Pacífico.

O aumento das operações de porta-aviões e bombardeiros chineses é visto como uma estratégia de Pequim para expandir o seu poder naval e aumentar a sua capacidade operativa nas proximidades do Japão.

Em 2024, o Japão também registou duas incursões significativas por parte da China: uma violação breve do seu espaço aéreo e um porta-aviões que entrou em águas adjacentes ao sudoeste do arquipélago.

Com a administração americana centrada em preocupações internas, o relatório sublinha que o Japão e os aliados dos EUA enfrentam novas expectativas em torno da estabilidade e paz na região.

A Coreia do Norte é descrita como uma "ameaça cada vez mais grave e iminente" para o Japão, devido ao desenvolvimento de mísseis nucleares com potencial para atingir o território japonês e intercontinentais que podem alcançar os Estados Unidos.

O relatório também destaca operações militares da Rússia perto do Japão, incluindo a violação do espaço aéreo japonês em setembro, e expressa preocupações sobre a crescente colaboração estratégica entre Moscovo e Pequim.

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