Israel nega que esteja a praticar genocídio e acusa a Amnistia Internacional de propagar inverdades para manipular a opinião internacional, num contexto de crise global dos direitos humanos.
Em declarações recentes, o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel repudiou as alegações circuladas pela Amnistia Internacional, que no âmbito do seu relatório anual sobre os direitos humanos no mundo, acusa Israel de cometer genocídio em tempo real na Faixa de Gaza.
De acordo com o ministério, a organização, que descreve como "radical e anti-Israel", tem mais uma vez divulgado informações que consideram infundadas e distorcidas. Para os representantes israelitas, as críticas não passam de tentativas de manipular a narrativa internacional, ignorando os factos e pormenores da situação na região.
No relatório, a Amnistia Internacional alerta para uma crise global dos direitos humanos, referindo que o último ano evidenciou condições alarmantes, intensificadas pelo chamado "efeito Trump", que segundo os investigadores, favoreceu práticas autoritárias e repressivas, incluindo detenções arbitrárias e uso excessivo da força – medidas que não se restringem ao Caso Israel, mas que se verificaram em vários países.
A organização acusa governos no mundo inteiro de violarem princípios democráticos, recorrendo à censura, à dissolução de organizações e partidos críticos e à criminalização de defensores dos direitos humanos. No âmbito das acusações, a Amnistia aponta para a condução de políticas que, alegadamente, promovem não só o apartheid e a ocupação ilegal na Cisjordânia, mas também o genocídio dos palestinianos em Gaza – situação que a relatora especial das Nações Unidas, Francesca Albanese, descreveu como um exemplo clássico de violência sistemática com intuito de limpeza étnica.
A escalada atual no conflito remonta ao ataque efetuado pelo grupo Hamas a Israel, em 7 de outubro de 2023, que resultou em inúmeras vítimas e reféns, seguido por uma resposta militar israelita que ceifou milhares de vidas e destruiu infraestrutura essencial na Faixa de Gaza, território sob controlo do Hamas desde 2007.