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Irão rompe relações com AIEA por alegações de parcialidade

O presidente iraniano critica o chefe da AIEA, acusando-o de não agir de forma imparcial e defendendo que o Irão não pretende desenvolver armas nucleares.

há 4 horas
Irão rompe relações com AIEA por alegações de parcialidade

O presidente do Irão, Masoud Pezeshkian, anunciou hoje a interrupção da colaboração do seu país com a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), acusando o seu diretor-geral, Rafael Grossi, de ter uma postura "injustificada, não construtiva e destrutiva".

Pezeshkian expressou que esta visão é partilhada pelo Governo, pela Assembleia Consultiva Islâmica e pelo povo iraniano, afirmando que a forma como Grossi tem abordado o programa nuclear do Irão carece de imparcialidade. Esta crítica foi feita durante uma conversa telefónica com o presidente francês, Emmanuel Macron.

O chefe de Estado iraniano referiu que a recente decisão do parlamento do Irão de romper a cooperação com a AIEA é uma resposta a este comportamento por parte de Grossi. Pezeshkian acusou ainda o diretor da AIEA de emitir "relatórios falsos" sobre o programa nuclear do país e de não ter condenado as ofensivas militares de Israel e dos Estados Unidos contra as suas instalações nucleares.

Ele argumentou que as ações militares, que incluíram ataques a 13 de junho, resultaram na morte de altos quadros das forças armadas iranianas e vários cientistas, enquanto Teerão insiste que o seu programa nuclear é apenas de natureza civil.

Recentemente, o Irão divulgou que as ofensivas tinham causado mais de 900 mortes, sublinhando que, apesar da agressão, continua a querer resolver conflitos através da diplomacia e espera que organizações internacionais como a AIEA trabalhem em prol da paz.

Pezeshkian questionou a falta de inspeções à Israel, que não é parte do Tratado de Não-Proliferação, e levantou preocupações sobre a segurança das instalações nucleares iranianas, mesmo que se retome a colaboração com a AIEA. Concluiu reiterando a posição do Irão em relação à não proliferação de armas nucleares.

Em resposta, Macron afirmou que a França foi uma das primeiras nações a condenar os ataques de Israel e dos Estados Unidos, defendendo assim a continuidade da cooperação entre Teerão e a AIEA.

#Irão #AIEA #PazNuclear