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Incêndio no Sabugal com frente de 10 quilómetros levanta preocupações

No Sabugal, bombeiros e população enfrentam um incêndio avassalador que já forma uma frente de 10 quilómetros. A situação agrava-se com nova frente a ameaçar localidades vizinhas e escassez de recursos.

há 7 horas
Incêndio no Sabugal com frente de 10 quilómetros levanta preocupações

No concelho do Sabugal, localizado no distrito da Guarda, a população e os bombeiros encontram-se numa luta difícil contra um incêndio que se alastra desde a passada sexta-feira. A frente activa do fogo, que se estende entre Baraçal e Peroficós, cobre aproximadamente 10 quilómetros, sem que haja visibilidade dos movimentos do incêndio.

O presidente da Câmara do Sabugal, Vítor Proença, relatou à agência Lusa a gravidade da situação: “A falta de visibilidade complica o combate às chamas, cuja força está a ameaçar a localidade de Bendada e a Quinta do Clérigo, localizada na freguesia de Águas Belas”, explicou.

Na zona sul do concelho, as chamas avançam rapidamente, e Proença destacou a insuficiência de recursos humanos: “Atualmente, temos 160 operacionais a combater o fogo em Baraçal e 64 na área da Bendada. Precisaríamos de, pelo menos, o dobro de efectivos.” Um meio aéreo está também presente em cada uma das frentes de incêndio.

Para ajudar no combate ao incêndio, a Unidade de Emergência Proteção e Socorro (UEPS) da GNR enviou um reforço de 30 homens. O presidente elogiou ainda a dedicação da população que, com autotanques e tratores, tem mostrado grande disponibilidade para colaborar.

Além disso, a Estrada Nacional (EN) 233 está cortada entre Baraçal e Rocamonde devido aos incêndios. O fogo em Baraçal teve início na Aldeia de Santo António às 14h41 de sexta-feira, envolvendo 168 operacionais, 50 veículos e um meio aéreo, segundo informações da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).

Outro incêndio em Sortelha começou às 14h53 de sábado, envolvendo 64 homens e 15 viaturas. Desde julho, o continente tem sido alvo de severos incêndios rurais, especialmente nas regiões Norte e Centro, impulsionados por temperaturas elevadas que resultaram na declaração do estado de alerta até domingo.

Infelizmente, os incêndios levaram à morte de uma pessoa e causaram vários feridos, na sua maioria sem gravidade, além de destruírem habitações e explorações agrícolas. Portugal activou também o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, com a chegada marcada para segunda-feira de dois aviões Fire Boss para auxiliar no combate a incêndios.

Durante o período até 16 de agosto, arderam 139 mil hectares em todo o país, um número 17 vezes superior ao registado no mesmo período do ano passado, com quase metade da área devastada em apenas dois dias desta semana.

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