Economia

IAG mantém foco na TAP, mas aguarda condições governamentais

O IAG continua a demonstrar interesse na TAP, mas a concretização do negócio depende das condições definidas pelo Governo português.

11/07/2025 14:50
IAG mantém foco na TAP, mas aguarda condições governamentais

O International Airlines Group (IAG) reafirma o seu interesse em adquirir uma parte da TAP, apesar de o êxito da operação estar condicionado às diretrizes que o Governo de Portugal estabelecer para a reprivatização da companhia aérea, conforme reportou hoje a agência EFE.

No passado quinta-feira, o executivo português aprovou um decreto-lei que define a venda de 49,9% da TAP — que inclui 44,9% destinados a investidores e 5% aos trabalhadores. O Governo espera que o processo seja finalizado num espaço de um ano, embora o montante envolvido ainda não tenha sido divulgado.

Fontes próximas ao IAG indicam que o grupo está disponível para investir na empresa nacional, mas precisa conhecer previamente os requisitos estipulados pelo Governo. As condições ainda não foram totalmente reveladas; no entanto, o Governo enfatizou a importância em preservar rotas essenciais que conectem Portugal a locais com ampla presença de emigrantes, especialmente no Brasil e em países africanos. Este foco justifica a retenção da maioria de 50,1% do capital.

Outros fatores que o Governo irá considerar na venda incluem a necessidade de manutenção da sede e do 'hub' em Lisboa, um ponto crítico para a operação da TAP.

Anteriormente, em outubro, o governo de Luís Montenegro havia confirmado o início de negociações com os três maiores grupos aéreos europeus: IAG, Lufthansa e Air France-KLM.

Num encontro com a imprensa em Dublin, o administrador do IAG, Jonathan Sullivan, afirmou o interesse do grupo numa participação maioritária na TAP, caso as condições certas sejam apresentadas. Ele acrescentou que essa posição seria benéfica para permitir um crescimento mais robusto da empresa, sem necessidade da injeção de outros investidores.

Segundo Sullivan, o negócio da TAP possui um apelo significativo devido ao seu 'hub', que representa um ativo importante, e à sua conectividade com a América Latina e América do Norte, o que poderia complementar as operações das diversas companhias do IAG, incluindo a Aer Lingus.

A Aer Lingus foi adquirida pelo IAG em 2015, um movimento que levantou algumas preocupações no governo irlandês, mas que acabou por manter uma participação e impôs condições como a preservação da marca, do 'hub' em Dublin e da frequência de voos para Londres - Heathrow.

Sullivan comparou o envolvimento do Governo português com o irlandês, elogiando a participação do Estado em decisões estratégicas que beneficiam a população. O administrador do IAG sublinhou que, se a compra se concretizar, a TAP deverá continuar a ser "orgulhosamente portuguesa".

Quando questionado sobre a possibilidade de um impacto negativo no 'hub' de Lisboa devido à proximidade do de Madrid, Sullivan da IAG assegurou que, se avançassem com a compra, o objetivo seria simultaneamente desenvolver ambos os 'hubs'.

A proximidade dos 'hubs', afirmou ele, pode ser vantajosa para os passageiros, destacando que a ligação de Dublin a Londres é mais curta do que entre Lisboa e Madrid, assim como Barcelona e Madrid estão mais próximas entre si do que as duas capitais ibéricas.

O IAG opera atualmente com um portfólio que inclui oito companhias aéreas, como a British Airways, Ibéria, Vueling e Aer Lingus.

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