Hamas desconsidera negociações para trégua em Gaza

Um dirigente do Hamas manifestou hoje a sua convicção de que, neste momento, as conversações para uma nova trégua em Gaza são infrutíferas, afirmando que a situação atual não permite tal diálogo. Bassem Naïm, membro do gabinete político do grupo, destacou que "não faz sentido iniciar discussões sobre cessar-fogo enquanto a guerra da fome e o extermínio na Faixa de Gaza persistirem".

Naïm apelou à comunidade global para que exerça pressão sobre o governo de Israel, liderado por Benjamin Netanyahu, para que cessem "os crimes de fome, sede e assassinato" que, segundo ele, afligem os habitantes de Gaza.

Esta declaração surge após o anúncio por parte das autoridades israelitas sobre a intensificação da sua campanha militar na Faixa de Gaza, que visa tomar controlo do território. Desde 2 de março, o enclave enfrenta um bloqueio israelita e uma grave crise humanitária, exacerbada por múltiplos deslocamentos forçados da população.

Mahmoud Baçal, porta-voz da Defesa Civil de Gaza, informou que três palestinianos foram mortos durante bombardeamentos israelitas que ocorreram na madrugada de hoje em diferentes locais da região.

A ofensiva israelita recomeçou a 18 de março, após o término de uma trégua que durou dois meses. Esta guerra teve início no dia 7 de outubro de 2023, após um ataque sem precedentes do Hamas a Israel, que resultou na morte de 1.218 israelitas, a maioria civis, segundo dados da AFP.

De um total de 251 pessoas sequestradas, 58 permanecem retidas em Gaza, das quais 34 já foram declaradas mortas pelo exército israelita. Além disso, o Hamas detém os restos mortais de um soldado israelita que perdeu a vida durante um conflito anterior em Gaza, em 2014.

A retaliação israelita trouxe um saldo de pelo menos 52.567 mortos em Gaza, a maioria civis, conforme informações do Ministério da Saúde do Hamas, dados estes considerados fiáveis pela Organização das Nações Unidas.