Governo português manifesta pesar pela expulsão da equipa da RTP em Angola

O Governo de Portugal lamentou profundamente a expulsão da equipa da RTP durante um evento na sede da Presidência de Angola, sublinhando a firme defesa da liberdade de imprensa. Em uma declaração enviada à Lusa, o Ministério dos Negócios Estrangeiros afirmou que a posição de Portugal será comunicada às autoridades angolanas através dos canais diplomáticos apropriados.

Na quarta-feira, a RTP revelou estar "profundamente preocupada" e repudiou de forma contundente a expulsão da sua equipa, que estava credenciada para cobrir um encontro oficial na Presidência angolana. A direcção da RTP, através da sua Nota de Protesto, destacou que os seus profissionais foram retirados de forma a criar um tratamento discriminatório, enquanto outros jornalistas permaneceram na sala de imprensa.

A RTP considera que este ato das autoridades angolanas representa um grave ataque à liberdade de imprensa e uma violação dos princípios essenciais do jornalismo e da democracia. A estação pública também foi excluída do grupo oficial de comunicação de imprensa da Presidência, o que impede o acesso à agenda institucional.

As direções da RTP afirmaram que a decisão das autoridades angolanas em barrar a presença dos seus jornalistas em eventos oficiais demonstra um esforço inaceitável para silenciar a liberdade de expressão num país que defende os valores democráticos. A RTP também expressou solidariedade com os seus profissionais e pediu o respeito pleno pelos direitos dos jornalistas, assim como o fim das práticas de exclusão política no acesso à informação de interesse público.

Este incidente, que sucedeu na segunda-feira, gerou repúdio não só da RTP, mas também dos sindicatos de jornalistas de Portugal e Angola. O Sindicato dos Jornalistas Angolanos apelou à Secretaria de Imprensa da Presidência da República de Angola para que revogue a medida.

A Lusa tentou obter uma declaração oficial da Presidência angolana, mas até ao momento não recebeu resposta.