Aos 37 anos, o defesa italiano marca pela primeira vez na Liga dos Campeões, após superar desafios pessoais e de saúde que mudaram a sua vida.
Francesco Acerbi, um nome que ecoa nas discussões sobre resiliência no futebol, teve uma noite memorável na última terça-feira. Com um golo nos descontos, o veterano jogador da Inter de Milão garantiu um empate crucial contra o Barcelona, levando a partida para o prolongamento na busca pela final da Liga dos Campeões, uma conquista que parece há muito esquiva.
Ao longo da sua carreira, que já atravessa décadas, Acerbi não apenas enfrentou adversários em campo, mas também lutou contra batalhas pessoais que o moldaram como homem e atleta. Com 37 anos, ele celebrou o seu primeiro golo na Champions League, um feito que ficará gravado na memória dos fãs do Inter.
Natural de Vizzolo Predabissi, Acerbi passou por um caminho repleto de dificuldades. Em 2022, juntou-se ao Inter, tornando-se uma peça chave na equipa. No entanto, antes de atingir este patamar de sucesso, o jogador venceu o cancro não uma, mas duas vezes. A luta contra a doença, que começou em 2013, coincidia com uma fase turbulenta da sua vida, marcada pela perda do pai e pelas dificuldades relacionadas com o alcoolismo.
Em uma reveladora entrevista ao L’Ultimo Uomo em fevereiro de 2020, ele partilhou detalhes sobre a sua jornada. "Descobri o cancro em junho de 2013 quando cheguei ao Sassuolo. Fui operado e, poucos dias depois, voltei ao campo. Porém, a minha vida fora do futebol continuava pouco exemplar", contou.
A sua batalha contra o cancro trouxe momentos de desespero, como o reconhecimento de que ele não queria ser vencido pela doença. “Bati com os punhos na mesa e gritei: 'Sai do meu corpo, vai embora!' No entanto, a minha resposta foi continuar a viver como antes, rodeado de festas e bebidas”, recordou.
Após uma nova luta contra a doença, Acerbi percebeu que era tempo de mudar a sua vida. A transformação não veio de um plano definido, mas sim de um despertar mental que o levou a afastar-se de influências negativas. “A minha cabeça fez tudo”, afirmou, reconhecendo que a superação começa dentro de nós.
Hoje, Acerbi é um exemplo de que é possível arranjar força nas adversidades. Com 37 anos, ele continua a brilhar no futebol mundial, desafiando as expectativas e provando que a vida pode ser renovada, mesmo depois dos momentos mais sombrios.