A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) sublinha a necessidade urgente de reforçar a equipa de obstetrícia no Hospital de Santa Maria da Feira, preocupando-se com a segurança das grávidas e o desgaste dos profissionais.
A presidente da Federação Nacional dos Médicos (FNAM), Joana Bordalo Sá, expressou, numa declaração à Lusa, a sua profunda preocupação em relação à insustentável falta de médicos nas urgências de obstetrícia do Hospital São Sebastião, localizado em Santa Maria da Feira. Durante uma reunião com profissionais de diversas especialidades da Unidade Local de Saúde do Entre Douro e Vouga (ULS EDV), que também supervisiona outros três hospitais no distrito de Aveiro, foi destacado que a situação é crítica.
Atualmente, na área materno-infantil, a equipa de obstetrícia conta apenas com dois médicos efetivos e um interno. A situação agrava-se durante a noite, com possibilidade de não haver médicos do quadro em serviço, o que implica que o interno, que deveria estar sob supervisão, não receba a orientação necessária durante este período sensível.
Joana Bordalo Sá ressaltou que as equipas estão a operar em condições mínimas, o que leva ao esgotamento dos profissionais. Essa realidade gera preocupações não só para a saúde dos trabalhadores, mas também para a segurança das grávidas e dos seus bebés. “É imprescindível abordar esta questão antes que surjam consequências graves”, afirmou.
A FNAM reconheceu que a falta de médicos não se limita à obstetrícia, afetando outros serviços da ULS EDV, como a pneumologia, mas insistiu que a prioridade deve ser a área materno-infantil devido à gravidade da situação.
Adicionalmente, na mesma reunião, foi discutido o recente corte de eletricidade que ocorreu a 28 de abril. Apesar das dificuldades, o hospital conseguiu manter o funcionamento quase normal, graças ao trabalho incansável dos médicos e demais profissionais de saúde. A federação elogiou esses esforços, mas apelou para que a administração central, incluindo a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, reconheça a necessidade de atrair mais médicos para o Serviço Nacional de Saúde.