O Fórum para a Competitividade indica uma queda nas previsões de crescimento do PIB para este ano, agora inferior a 2%, impactada por fatores internos e externos.
O Fórum para a Competitividade divulgou hoje uma atualização das suas previsões económicas, reduzindo a expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de Portugal para menos de 2% este ano. Esta modificação na previsão foi impulsionada pelos recentes dados do primeiro trimestre, que mostraram um abrandamento significativo da economia, bem como pela deterioração do cenário internacional e os efeitos negativos de um apagão ocorrido no final de abril.
Anteriormente, o Fórum projetava um crescimento económico entre 1,5% e 2% para 2023, após uma taxa de 1,9% esperada para 2024. Contudo, os dados mais recentes revelaram uma desaceleração acentuada do PIB, que passou de 1,4% em crescimento trimestral para uma contracção de 0,5%. Ano a ano, o PIB registou um recuo de 1,2 pontos percentuais, atingindo 1,6% no primeiro trimestre.
A revisão em baixa também reflete os efeitos das tarifas aduaneiras introduzidas pelo Governo dos Estados Unidos, liderado por Donald Trump, no início de abril. Embora essas tarifas tenham sido suspensas em muitos países por um período de 90 dias, geraram um aumento da incerteza e influenciaram negativamente as expectativas económicas a nível global.
No contexto internacional, destaca-se uma possível descida nas taxas de juro pelo Banco Central Europeu (BCE), que pode ser um dos poucos desenvolvimentos positivos, mesmo que oriundo de uma conjuntura desfavorável.
Em relação à situação política em Portugal, o Fórum antecipa uma melhoria da incerteza nas próximas semanas, embora as sondagens indiquem dificuldades na formação de um governo com uma maioria parlamentar sólida.
Outro fator que compromete as previsões de crescimento é o apagão energético verificado a 28 de abril. A análise sugere que, se considerarmos apenas perdas não recuperáveis, podemos esperar uma redução do PIB no segundo trimestre entre 0,1% e 0,2% em resultado daquele evento.
Os responsáveis pela nota também destacam que as contas da administração pública não foram impactadas e que o setor agrícola e de construção sofreu perdas limitadas. Num cenário em que muitas atividades foram apenas adiadas e onde as empresas poderão tentar compensar as quedas na produção através de horas extraordinárias e uma gestão mais rigorosa, acredita-se que a maior parte das perdas tenha acontecido em serviços como a restauração.