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Europa em posição privilegiada para captar talento científico norte-americano

há 2 horas

Kip Thorne, Nobel da Física, defende que a Europa pode atrair cientistas dos EUA devido à crise nas universidades provocada por Trump.

Europa em posição privilegiada para captar talento científico norte-americano

O astrofísico Kip Thorne, laureado com o Nobel da Física em 2017, afirmou hoje em Santiago de Compostela que a Europa tem uma janela de oportunidade para atrair investigadores dos Estados Unidos. Esta situação resulta dos ataques sistemáticos do Presidente Donald Trump às universidades americanas.

Durante uma conferência de imprensa no âmbito do programa ConCiencia, da universidade local, Thorne criticou o governo de Trump por tentar desmantelar as instituições académicas, afirmando que "a estupidez das suas políticas fragiliza a capacidade das universidades norte-americanas de gerar novas tecnologias". O cientista alertou que esta situação pode levar a que a Europa se torne um novo polo de inovação, similar ao que os EUA fizeram no passado ao acolher cientistas que fugiam do regime nazi.

Thorne destacou ainda a importância de as universidades europeias investirem em recursos e fortalecerem as suas capacidades de investigação. Num contexto global em que a ciência está a ser ameaçada, ele elogiou as iniciativas do Presidente francês, Emmanuel Macron, que procurou oferecer abrigo a cientistas norte-americanos descontentes com os cortes orçamentais impostos por Trump às suas instituições.

De acordo com a revista Nature, 75% dos cientistas nos EUA consideram deixar o país devido à diminuição de verbas para investigação, uma consequência das políticas financeiras desfavoráveis da administração Trump. A Universidade de Aix-Marseille, no sul de França, está já a acolher investigadores que procuram escapar das ameaças à sua liberdade académica, tendo recebido um total de 298 candidaturas para o programa.

No contexto português, a NOVA Medical School - Faculdade de Ciências Médicas lançou recentemente um programa para atrair investigadores internacionais de excelência, considerando a atual situação nas universidades norte-americanas. Helena Canhão, diretora da faculdade, revelou que o programa está aberto não só a cientistas norte-americanos, mas também a investigadores de outros países.

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#CiênciaSemFronteiras #TalentoEuropeu #InovaçãoAcadémica