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EUA incentivam países a favorecer Starlink de Elon Musk em troca de redução de taxas

há 3 dias

O governo dos EUA tem pressionado diversas nações a apoiarem a Starlink, de Elon Musk, após o aumento das tarifas alfandegárias. Documentos revelam os esforços diplomáticos para facilitar a entrada da empresa no mercado.

EUA incentivam países a favorecer Starlink de Elon Musk em troca de redução de taxas

Segundo informações obtidas pelo Washington Post, documentos internos do governo dos EUA revelam uma série de pressões feitas às embaixadas e ao Departamento de Estado para que países, como Lesoto, Índia, Vietname e Bangladesh, cujas exportações enfrentam taxas alfandegárias elevadas desde abril, favoreçam a Starlink, a empresa de satélites de Elon Musk.

As tarifas aumentadas para esses países incluem 50% para Lesoto, 26% para a Índia, 46% para o Vietname e 37% para Bangladesh. As mensagens indicam uma clara intenção de eliminar obstáculos regulatórios para a entrada da Starlink nesses mercados na esperança de reforçar relações comerciais.

Embora o Washington Post noticie que não há exigências explícitas de favores em troca de redução de taxas, documentos mostram que o secretário de Estado, Marco Rubio, tem instruído repetidamente os funcionários a serem proativos na obtenção de aprovações regulatórias para a empresa de Musk, especialmente no contexto de conversações comerciais amplas que Washington está a tentar estabelecer.

Um exemplo destacado é o Lesoto, que, pouco tempo após o aumento das tarifas de Trump, assinou um contrato de 10 anos com a Starlink, representando o primeiro acordo do país com um serviço de internet por satélite. O governo do Lesoto está a utilizar a concessão da licença à Starlink como um sinal de boa vontade nas suas negociações comerciais com os EUA.

No caso da Índia, fontes ligadas às negociações comerciais sugerem que, apesar de a Starlink não ser um tópico central, os acordos com a empresa de Musk são percebidos como fatores que facilitam um acordo comercial mais amplo.

Recentemente, a República do Congo tornou-se no último país a assinar um contrato com a Starlink, sujeitando-se a uma taxa de 10% imposta por Trump. Este contrato, fechado a 3 de maio, permite à Starlink operar em quase metade dos países africanos.

A promoção da Starlink reflete ainda os esforços de Washington para afirmar-se globalmente no setor das telecomunicações, competindo diretamente com Pequim e, ao mesmo tempo, apoiando um importante aliado político de Trump, que irá concorrer à presidência em 2024.

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#Starlink #ElonMusk #DiplomaciaEUA