EUA aplaudem progresso do Líbano no desarmamento do Hezbollah
O enviado dos EUA elogiou a resposta do Líbano a um plano visando o desarmamento do Hezbollah, destacando a necessidade de diálogo e compromisso mútuo.

O enviado especial dos Estados Unidos, Thomas Barrack, manifestou, na sua recente visita a Beirute, a sua grande satisfação com a resposta das autoridades libanesas ao plano de desarmamento do Hezbollah, um grupo xiita com laços ao Irão.
"É essencial manter um diálogo para moldar um futuro melhor. O que as autoridades nos apresentaram é excecional, tendo sido feito em um espaço de tempo curto e de forma bastante complexa", afirmou Barrack, sublinhando a importância de uma abordagem minuciosa e detalhada para a resolução da situação.
Em uma conferência de imprensa numa das capitais do Médio Oriente, ele descreveu o documento em discussão como uma "oportunidade imperdível" que deve ser urgentemente explorada, sugerindo que todas as partes envolvidas estão dispostas a fazer concessões, embora não tenha revelado informações específicos sobre o conteúdo da proposta.
Nesta que é a sua segunda visita ao Líbano, Barrack trouxe consigo uma mensagem do secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, que ressaltou os avanços na região, embora tenha alertado sobre os riscos de o Líbano ficar para trás.
“Sigam em frente! O Líbano é a pérola do Mediterrâneo, um elo vital entre Oriente e Ocidente, e o vosso povo é um dos mais resilientes do mundo”, declarou, assegurando que os EUA não pretendem impor decisões, mas sim oferecer apoio.
A proposta norte-americana solicita o desarmamento do Hezbollah, além de todas as facções libanesas e não libanesas, incluindo facções palestinianas, até novembro, conforme reportado pela imprensa libanesa.
Enquanto isso, o líder do Hezbollah, Naim Qassem, reafirmou a disposição do movimento em manter o cessar-fogo com Israel, mas também em estar pronto para "confronto e defesa", afirmando categoricamente que não há espaço para derrota no plano do grupo. "Devem focar numa coisa: somos homens de batalha. Não aceitamos ser humilhados", enfatizou Qassem, reiterando a recusa em depor as armas.
Apesar do cessar-fogo estabelecido a 27 de novembro de 2024, que trouxe um fim a mais de um ano de conflito, Israel prosseguiu com ataques no Líbano, levando a críticas das autoridades libanesas e do Hezbollah, que exigem a retirada das forças israelitas. O exército israelita mantém cinco postos no território libanês, o que tem alimentado tensões na região.
O Hezbollah faz parte do denominado "eixo de resistência" contra Israel, liderado pelo Irão e que inclui outros grupos extremistas da região, como o Hamas, a Jihad Islâmica e os rebeldes huthis do Iémen.