Eslovénia avança com referendo sobre investimento em Defesa, após tensões na coligação
O parlamento da Eslovénia decidiu promover um referendo sobre os gastos com a Defesa, num contexto de desacordo na coligação governamental sobre as contribuições para a NATO.

O parlamento esloveno aprovou, na sessão de hoje, uma moção que solicita a realização de um referendo sobre os gastos públicos na área da Defesa. Esta decisão surge após tensões significativas entre o Movimento da Liberdade, partido do primeiro-ministro Robert Golob, e os seus aliados sociais-democratas e da esquerda, que se uniram à oposição para garantir a realização da consulta pública. O objetivo é discutir a possibilidade de aumentar as despesas com a Defesa para 3% do Produto Interno Bruto (PIB) até 2030.
Robert Golob criticou a iniciativa, considerando-a um "disparate", e anunciou a intenção de apresentar uma contraproposta que incluiria um referendo sobre a permanência da Eslovénia na NATO. Segundo o primeiro-ministro, existem apenas duas opções: permanecer na Aliança e cumprir com as obrigações financeiras ou decidir pela saída.
Atualmente, a Eslovénia é um dos membros da NATO que menos investe em Défesa. A pressão sobre o aumento dos gastos intensificou-se após a recente cimeira de líderes da NATO em Haia, onde foi acordada a meta de atingir 5% do PIB em despesas com a Defesa ao longo de uma década.
O referendo proposto, apesar de não ser vinculativo, representa um desafio para o primeiro-ministro Golob, a menos de um ano das eleições legislativas. Ele reiterou que, para este ano, o aumento das despesas com a Defesa será de 2% do PIB, subindo para 3% até 2030, em contraste com a meta de 5% estabelecida pela NATO até 2035.
Golob defendeu que os compromissos adotados pelos aliados da NATO não são vinculativos e que a Eslovénia se compromete apenas com as metas fixadas pelo seu parlamento. Em uma intervenção na televisão estatal, enfatizou que os objetivos da NATO são decididos por consenso, o que torna os documentos que regem essas reuniões sem obrigações legais para os estados signatários.
O primeiro-ministro argumentou que a posição da Eslovénia é semelhante à de outros líderes europeus, como o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, que defendeu que um gasto de 2,1% do PIB é suficiente e alinhado com os compromissos internacionais de Espanha. Sanchez considerou a cimeira da NATO um sucesso, tanto em termos de unidade da Aliança quanto em interesse nacional.