Empresários defendem foco na modernização económica e imigração nas negociações sociais
As associações empresariais exigem a inclusão da modernização económica e da imigração na agenda das mesas de concertação social, que têm início na próxima semana.

As confederações patronais estão optimistas em relação à primeira reunião do novo Governo, aguardando que grandes temas, como a modernização da economia e a imigração, sejam integrados na agenda da Concertação Social. Armindo Monteiro, presidente da CIP - Confederação Empresarial de Portugal, expressou à Lusa a expectativa de que "se materialize a centralidade da economia no discurso político e na acção".
Monteiro frisou que o crescimento económico é "essencial para assegurar aumentos salariais e rendimentos dos trabalhadores", e reiterou a importância da "simplificação administrativa". "Não se trata de reduzir o escrutínio, mas sim de tornar processos mais céleres", sublinhou.
João Vieira Lopes, presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), acredita que a reunião, com a presidência do primeiro-ministro Luís Montenegro, será focada em questões metodológicas, mas também abordará prioridades importantes. "A modernização do comércio e serviços no Governo anterior teve um avanço limitado. Agora, existem condições para acelerar o processo", afirmou.
A CCP pretende ainda discutir propostas de imigração, recordando que um entendimento prévio sobre o tema foi alcançado com os parceiros sociais. "Subscrivemos o acordo e estamos prontos para cumpri-lo", disse Lopes. Contudo, expressou preocupação com novas medidas que complicam a situação dos imigrantes da CPLP, destacando a importância de que quem trabalha com o público saiba falar português.
Armindo Monteiro chamou a atenção para a necessidade de reformular o código de IRC, que remonta a 1989, e que já não reflecte a realidade actual. "A discussão deve incluir a determinação da matéria coletável e a ligação com a administração tributária", acrescentou.
Quanto ao código laboral, Monteiro afirmou que deve alinhar-se com as práticas europeias, defendendo que "não deve ser mais favorável nem menos favorável". A próxima reunião da Comissão Permanente de Concertação Social (CPCS) está agendada para 2 de Julho e debaterá questões institucionais e as preocupações dos parceiros.