Embaixador brasileiro em Portugal procura diálogo sobre deportações

O embaixador do Brasil em Portugal, Raimundo Carreiro, revelou hoje à Lusa que já formalizou um pedido de reunião com o secretário de Estado Adjunto da Presidência, Rui Armindo de Freitas, com o objetivo de abordar a questão da deportação de imigrantes brasileiros.

Na passada segunda-feira, o jornal Público Brasil noticiou que o embaixador tinha a intenção de reunir-se também com António Leitão Amaro, ministro da Presidência do Conselho de Ministros, para obter esclarecimentos sobre o processo de expulsão que inclui cerca de 18 mil imigrantes.

Carreiro confirmou à Lusa que o pedido junto do secretário de Estado foi efetivado e reiterou que, segundo informações das autoridades portuguesas, o número de cidadãos brasileiros na lista de deportação é "residual". Apesar disso, a comunidade brasileira continua a ser a mais numerosa entre os estrangeiros em Portugal, contando com mais de 550 mil indivíduos.

A Agência para a Integração Migrações e Asilo (AIMA) anunciou que começará, na próxima semana, a notificação de 4.574 cidadãos estrangeiros para abandonarem voluntariamente o país em um prazo de 20 dias, de acordo com o ministro António Leitão Amaro, que fez a declaração a 3 de maio.

O governante esclareceu em coletiva de imprensa que estas notificações são parte de um esforço mais amplo, que contempla 18.000 indeferimentos de solicitações de permanência. As declarações de Leitão Amaro surgiram após a divulgação de que mais de 4.000 imigrantes teriam que deixar Portugal.

O ministro destacou que este é apenas o primeiro conjunto de decisões da AIMA e que existem ainda "outros 110 mil processos" em análise. Embora a expectativa seja de que a maioria das solicitações seja aprovada, há a probabilidade de mais indeferimentos e notificações para a saída do território nacional.

Leitão Amaro frisou que a política de imigração em Portugal tornou-se mais rigorosa, sublinhando a importância do cumprimento das regras de imigração, uma vez que o não cumprimento acarretará consequências, especialmente para aqueles que não respeitam as normas portuguesas e europeias.