Diplomaticamente em Debates: Ações de Israel e a Situação Palestina em Foco na UE
Os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia reúnem-se para analisar a relação com Israel, na sequência das tensões na Faixa de Gaza e violações de direitos humanos.

Os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia (UE) estão reunidos hoje para discutir o acordo de associação com Israel, em resposta às recentes operações na Faixa de Gaza e às preocupações sobre as violações dos direitos humanos que afetam a população palestiniana.
Este encontro, que ocorre antes da pausa de verão, traz à mesa a situação crítica no enclave palestiniano, que tem estado sob ocupação desde finais de outubro de 2023. Relatórios recentes indicam que Israel pode ter infringido o artigo do acordo que enfatiza a necessidade de respeitar os direitos humanos.
Paulo Rangel, o ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, faz parte da delegação que participa desta importante reunião.
Em 20 de junho, o Serviço de Ação Externa da UE, sob a liderança da alta-representante Kaja Kallas, divulgou um documento que sugere a existência de violações de direitos humanos na Faixa de Gaza, entre Israel e o movimento Hamas.
Ainda que a discussão se concentre nas ações israelitas, não está prevista qualquer decisão imediata sobre a suspensão do acordo ou alterações nas relações diplomáticas. A semana passada viu a formalização de um acordo entre a UE e Israel para aumentar os canais de acesso a ajuda humanitária, mas a preocupação com a situação no Médio Oriente permanece elevada.
A atuação de Israel é considerada desproporcionada por vários países da UE, incluindo Espanha e Irlanda, bem como por organizações internacionais e não-governamentais. Além disso, Israel tem estado envolvido em conflitos com grupos como os huthis do Iémen e o Hezbollah, e as tensões com o Irão têm atraído a atenção dos Estados Unidos, que realizaram bombardeamentos a instalações suspeitas de enriquecimento de urânio.
Por outro lado, a África do Sul deu um passo mais importante na crítica a Israel, movendo uma ação no Tribunal Internacional de Justiça, em dezembro de 2023, acusando o governo de Benjamin Netanyahu de genocídio contra os palestinianos.
No contexto da reunião, os ministros também deverão discutir a invasão russa da Ucrânia, com a participação virtual do ministro ucraniano, Andrii Sybiha. Outros tópicos incluirão a deterioração da situação político-social na Geórgia, que tem demonstrado retrocessos na sua integração com a UE, bem como questões relativas ao Mediterrâneo.