Os partidos da oposição em Cabo Verde expressaram descontentamento pela queda do país no Índice de Desenvolvimento Humano, desafiando o Governo a reconhecer a realidade.
A descida de Cabo Verde no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) foi alvo de críticas por parte dos partidos da oposição, que apontam esta situação como um sinal claro de retrocesso nas condições de vida da população. Carla Lima, deputada do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), destacou a preocupação durante uma conferência de imprensa, afirmando que perder quatro posições neste índice é um indicativo alarmante.
"O Governo, apoiado pelo Movimento para Democracia (MpD), reivindica que o país está em ascensão, mas os dados do IDH refutam essa narrativa", observou Lima. Para ela, a falta de uma análise crítica das condições vigentes está a impedir a implementação de políticas públicas eficazes que possam verdadeiramente melhorar a vida dos cabo-verdianos.
Por sua vez, Zilda Oliveira, deputada da União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID), embora sem uma análise detalhada do relatório em questão, expressou sua apreensão, considerando a descida do IDH como um reflexo das dificuldades atuais, incluindo problemas na área da saúde, precariedade no emprego e níveis de desemprego significativos. “A percepção do Governo não se alinha com a realidade da população”, referiu, sublinhando a necessidade de reflexão e procura de soluções eficazes.
Em contrapartida, Luís Carlos Silva, deputado do MpD, minimizou a importância da queda no IDH, reiterando que as oscilações não são exclusivas de Cabo Verde, mas influenciadas por outros países. Ele enfatizou que o foco deve ser a continuidade e a tendência de melhoria nos indicadores sociais.
O último relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) revelou que Cabo Verde desceu da 131.ª para a 135.ª posição no ranking, enquanto outros países lusófonos, como Portugal, Brasil e Timor-Leste, apresentaram melhorias significativas. Notavelmente, Cabo Verde foi o único país entre os membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) a registar esta descida, enquanto seis países conseguiram subir.