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Crise no Quénia: Ruto avisa manifestantes sobre o caos social

O presidente William Ruto fez um apelo à ordem, após violentos protestos que resultaram em 31 mortes e saques, advertindo contra tentativas de desestabilizar o Governo antes das eleições de 2027.

há 2 horas
Crise no Quénia: Ruto avisa manifestantes sobre o caos social

O presidente do Quénia, William Ruto, expressou hoje a sua preocupação com os manifestantes que têm como objetivo "derrubar" o Governo, num contexto de crescente instabilidade no país. Este aviso surge após uma onda de protestos antigovernamentais que resultaram em pelo menos 31 mortes e uma série de saques.

"Estes protestos visam semear o caos e incitar à violência para provocar a queda do Governo antes das eleições de 2027", destacou Ruto durante uma visita, reforçando que o Quénia é uma democracia. "Não podemos permitir que aqueles que desejam desestabilizar o país ajam como quiserem", acrescentou.

Na segunda-feira, dia em que se assinalou o Saba saba, uma celebração que remete à luta pela democracia, a polícia reforçou a segurança em Nairobi, obstruindo as principais artérias, que se mostraram quase desertas. No entanto, confrontos espontâneos entre as forças de segurança e os manifestantes ocorreram nos arredores da capital, resultando em numerosas baixas, feridos e detenções. A Comissão Nacional de Direitos Humanos do Quénia relatou ainda dois desaparecimentos forçados e 532 prisões.

Por sua vez, alegações de figuras da oposição levaram a um apelo para o boicote de empresas e serviços ligados ao atual Governo, considerado "hostil". "Não vamos recuar, nem nos render", afirmaram os opositores em conferência de imprensa.

Desde a sua eleição em 2022, William Ruto tem enfrentado uma crescente insatisfação popular devido à sua política económica, que culminou numa revolta significativa em junho de 2024, quando os manifestantes invadiram o Parlamento, desencadeando uma resposta policial violenta com tiros reais.

O Quénia não é novo em situações de agitação social, já que na última etapa de protestos houve a perda trágica de cerca de 100 vidas. As organizações de direitos humanos têm denunciado a brutalidade policial, que contribuiu para um clima de temor na sociedade queniana, afetando a imagem do país com aproximadamente 55 milhões de habitantes.

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