Covilhã declara estado de emergência e pede cautela à população em 10 freguesias
A Câmara Municipal da Covilhã emitiu um alerta de emergência para 10 freguesias, pedindo que a população se mantenha em locais seguros devido aos incêndios em curso.
No domingo à noite, a Câmara Municipal da Covilhã, situada no distrito de Castelo Branco, lançou um aviso importante para as populações de 10 freguesias. O comunicado apela às comunidades que "permaneçam em confinamento nas suas freguesias" e escolham um "local seguro" para se protegerem das frentes de incêndio que assolam a região.
A autarquia recomenda ainda que se evitem deslocações nas estradas das freguesias de Aldeia de São João de Assis, São Jorge da Beira, Sobral de São Miguel, Unhais da Serra, Cortes do Meio, Ourondo, Erada, Paul, Dominguizo e Barco/Coutada.
Na mesma noite, o presidente da Câmara expressou a sua "profunda consternação e pesar" pela trágica morte de um bombeiro da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Covilhã, que faleceu após o despiste do veículo enquanto se dirigia para uma frente de combate ao incêndio, na área da Aldeia de São Francisco de Assis. Em sinal de luto, foi decretado um período de três dias a partir de hoje.
Além do falecimento do bombeiro, quatro outros colegas ficaram feridos, um deles com gravidade. Na nota, o presidente da Câmara desejou "uma rápida recuperação" aos feridos e, em nome de toda a autarquia, transmitiu "os mais sentidos pêsames à família, amigos, Corpo de Bombeiros Voluntários da Covilhã e a todos os bombeiros e agentes da proteção civil que, neste momento, continuam a trabalhar incansavelmente no combate aos incêndios no concelho e em outras zonas do país".
Desde julho, Portugal continental tem vivido uma verdadeira crise de incêndios, com destaque para as regiões Norte e Centro, em consequência de temperaturas elevadas. A situação levou à declaração do estado de alerta a 02 de agosto.
Os incêndios já causaram duas mortes, incluindo a de um bombeiro, e deixaram feridos, a maior parte sem gravidade, além de destruírem total ou parcialmente residências, explorações agrícolas e áreas florestais.
Em resposta à situação, Portugal ativou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, prevendo-se a chegada, na próxima segunda-feira, de dois aviões Fire Boss para auxiliar no combate aos incêndios.
Dados provisórios indicam que até 17 de agosto, mais de 172 mil hectares ardidos foram registados, uma área superior à total que se incendiou em todo o ano de 2024.