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"Comunidade judaica em Portugal testemunha um crescimento significativo na última década"

A Comunidade Israelita do Porto destaca que a lei dos sefarditas fortaleceu a herança judaica em Portugal, mesmo perante as alterações na nacionalidade que limitam o acesso à cidadania.

há 5 horas
"Comunidade judaica em Portugal testemunha um crescimento significativo na última década"

A Comunidade Israelita do Porto (CIP) afirmou que a comunidade judaica em Portugal é, neste momento, mais robusta do que há uma década, tanto em termos numéricos como religiosos e culturais. O presidente da CIP, Gabriel Senderowicz, referiu a proliferação de novas sinagogas, museus, eventos cinematográficos, restaurantes e até uma galeria de arte, que evidenciam esse crescimento.

A recente decisão do Governo de modificar a legislação da nacionalidade, que irá restringir o acesso à cidadania para os descendentes de judeus sefarditas, suscitou reacções. Senderowicz enfatizou que a lei anterior era de “interesse nacional”, lembrando que os sefarditas desempenharam um papel importante na história portuguesa, citando exemplos como Yaish ben Yahia, que foi ministro das finanças de D. Afonso Henriques.

O dirigente sublinhou o activo interesse pela herança judaica, destacando que o maior Chabad Center da Europa se localiza em Portugal, em homenagem ao rabino Baruch Portugali. Mencionou também o filme “1618”, produzido pela comunidade portuense, como uma manifestação da vitalidade da cultura judaica no país.

Segundo Senderowicz, o direito à nacionalidade para os descendentes de comunidades de origem portuguesa existe desde 1981. Contudo, a lei dos sefarditas, promulgada em 2015, veio corrigir um lapso histórico, reconhecendo a vasta população judaica de origem portuguesa, especialmente em Israel.

Referiu que a actual crise dos reféns em Gaza trouxe à luz casos de luso-israelitas com nacionalidade portuguesa, todos ligados a tradições sefarditas. De acordo com dados do Instituto dos Registos e do Notariado (IRN), havia em análise mais de meio milhão de pedidos de nacionalidade, dos quais 31% eram relacionados com descendentes de judeus sefarditas.

Nos últimos cinco anos, o IRN registou mais de 1,5 milhões de pedidos, com 2022 a ser o ano de maior destaque, ao receber 367.348 processos. As novas alterações à lei da nacionalidade, apresentadas pelo ministro da Presidência, António Leitão Amaro, incluem a remoção da cláusula que permitia a concessão de cidadania aos sefarditas.

A oposição de esquerda levantou preocupações sobre abusos associados à lei, apontando investigações por corrupção e irregularidades que envolvem a atribuição de cidadania a figuras controversas, como oligarcas russos.

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