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Chanceler alemão defende foco na defesa dos EUA em vez de escudo nuclear europeu

Friedrich Merz afirma que a prioridade deve ser manter o envolvimento nuclear dos EUA na defesa da Europa, destacando que ainda não há iniciativas concretas para um escudo europeu.

01/07/2025 15:05
Chanceler alemão defende foco na defesa dos EUA em vez de escudo nuclear europeu

Durante uma conferência de imprensa em Berlim, o chanceler alemão, Friedrich Merz, abordou a questão do escudo nuclear europeu em conjunto com o Primeiro-ministro luxemburguês, Luc Frieden. Merz sublinhou que as negociações para um possível escudo estão numa fase inicial e acrescentou que é fundamental "fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para assegurar o comprometimento dos Estados Unidos na defesa europeia, não apenas por alguns anos, mas possivelmente por várias décadas".

O chanceler destacou ainda que, apesar das conversas com a França, até ao momento não existem propostas concretas para a criação de um escudo nuclear europeu. "Até agora, apenas aceitei a sugestão francesa para discutir esta temática de forma tranquila", afirmou, de acordo com a agência de notícias France-Presse (AFP).

Merz considerou que a formação de uma força de dissuasão nuclear independente é uma questão que requer uma visão de longo prazo. "Existem muitos desafios que vão além do que podemos abordar rapidamente, e devemos concentrar-nos em melhorar a nossa capacidade de defesa com as estruturas já existentes", argumentou.

Desde a sua eleição, no inverno anterior, o chanceler tem promovido diálogos com Paris e Londres, as duas outras potências nucleares na Europa, para explorar a possibilidade de a Alemanha participar na partilha da segurança nuclear. Em face de uma potencial mudança na política de segurança dos EUA sob a administração de Donald Trump, Berlim visa reforçar a defesa do continente europeu.

Após o seu primeiro encontro com Emmanuel Macron, o Presidente francês, Merz expressou a intenção de pôr em marcha discussões trilaterais sobre a dissuasão nuclear, enfatizando que o objetivo não é substituir as garantias de segurança que os Estados Unidos oferecem à Europa.

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