Mundo

Brasil prepara-se para todos os cenários face a possíveis tarifas dos EUA

O ministro da Economia brasileiro revelou que o país possui um "plano de contingência" caso as negociações com os Estados Unidos não tenham sucesso e a tarifa de 50% sobre importações entre em vigor.

21/07/2025 16:55
Brasil prepara-se para todos os cenários face a possíveis tarifas dos EUA

Durante uma entrevista à rádio CBN, Fernando Haddad, o ministro da Economia do Brasil, afirmou que o país está comprometido com as negociações em curso com a administração do Presidente norte-americano, Donald Trump. Contudo, o ministro reconheceu a possibilidade de que um acordo possa não ser alcançado nos próximos dez dias.

"O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem instruído para que continuemos permanentemente envolvidos nas discussões. Enviámos uma segunda carta na semana passada, além da que foi feita em maio. A nossa prioridade é insistir nas negociações comerciais", sublinhou Haddad.

O ministro acrescentou que, face à incerteza, o Ministério da Economia está a preparar-se para diferentes resultados. "Temos um plano de contingência em vigência para lidar com qualquer decisão que o Presidente possa tomar", explicou.

Fernando Haddad, que faz parte do comité interministerial formado para lidar com a ameaça tarifária de Trump, indicou que, caso a tarifa de 50% se concretize, o governo brasileiro está a analisar a implementação de "instrumentos de apoio aos setores que poderão ser afectados".

O ministro também comentou sobre a origem da atual tensão entre o Brasil e os Estados Unidos, atribuindo-a à "relação pessoal" de Trump com o ex-presidente brasileiro, Jair Bolsonaro. Para Haddad, o conflito resulta da "presença de uma força política de extrema-direita no Brasil que actua contra os nossos interesses nacionais".

Trump anunciou uma tarifa adicional de 50% sobre as importações brasileiras a partir de 1 de agosto, justificando a medida com a alegação de que a relação comercial entre os dois países é "muito injusta" e marcada por desequilíbrios causados por "políticas tarifárias e não-tarifárias e barreiras comerciais do Brasil". No entanto, desde 2009, os Estados Unidos têm registado um excedente comercial nas suas relações com o Brasil.

Além disso, o líder norte-americano também expressou descontentamento em relação à forma como o Brasil tem tratado o ex-Presidente Jair Bolsonaro, que enfrenta processos no Supremo Tribunal Federal por uma suposta tentativa de golpe de Estado após a sua derrota nas eleições de 2022 para Lula.

#TarifasEUA #NegociaçõesComerciais #CriseEconómica