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Boavista confiante na recuperação e reforço da sua atividade

O Boavista manifestou a sua determinação em manter e fortalecer a sua atuação em carta aos associados, vendo a declaração de insolvência como uma oportunidade para garantir um futuro sólido.

há 4 horas
Boavista confiante na recuperação e reforço da sua atividade

No dia de hoje, o Boavista reafirmou a sua capacidade de manter e até reforçar a sua atividade. Através de uma carta dirigida aos sócios, à qual a agência Lusa teve acesso, o clube da Invicta encarou o pedido de insolvência como um passo para assegurar a sua continuidade.

"O clube continua a operar normalmente e está preparado para sustentar e expandir a sua atividade desportiva, formativa e social. O plano de recuperação é uma resposta consciente e metódica que visa garantir o futuro do Boavista", pode ler-se na missiva assinada pelo presidente Rui Garrido Pereira.

Num conjunto de 43 perguntas sobre diversas questões atuais, a direção dos 'axadrezados' ressaltou que, "face à situação causada pela SAD e o impacto sentido no clube, era crucial implementar um plano de recuperação para preservar a estabilidade, sustentabilidade e a continuidade do Boavista como uma entidade centenária".

"Este projeto é liderado pelo clube, tendo por base a sua realidade e as prioridades atuais. O foco é proteger o património, garantir a viabilidade das modalidades, regularizar débitos antigos e traçar um novo caminho com autonomia", afirmou sobre este instrumento jurídico que é "independente da SAD e elaborado pelo clube para responder à sua própria situação".

Na semana passada, o Boavista apresentou o pedido de insolvência ao Tribunal de Comércio de Vila Nova de Gaia, num momento em que a estrutura liderada por Rui Garrido Pereira detém 10% do capital social da sociedade administrada pelo senegalês Fary Faye.

"O plano delineia um percurso progressivo, com medidas específicas para negociar e, quando possível, extinguir passivos. Já conseguimos avanços significativos junto de vários credores institucionais, com quem estamos a manter um diálogo construtivo. O clube adotou uma postura transparente e responsável com todos os credores, muitos dos quais reconheceram o esforço e colaboraram na busca de soluções equilibradas", esclareceu.

O tribunal declarou a insolvência do Boavista a 8 de julho, apenas cinco horas após a conclusão do leilão dos terrenos junto ao Estádio do Bessa, que teve a sua proposta mais alta fixada em 5,55 milhões de euros, devido a dívidas anteriores relacionadas com a construção do estádio, inaugurado em dezembro de 2003.

"A meta do plano é preservar o património e assegurar que este beneficie o clube. Estamos a colaborar com entidades públicas e privadas para proteger e rentabilizar o que nos pertence, sempre com responsabilidade e abertura", destacou Rui Garrido Pereira, que se encontra em negociações com "parceiros nacionais e internacionais para aumentar o apoio ao clube, sempre com critérios de sustentabilidade e validação que respeitem os valores do Boavista".

O Boavista aspira a ter uma equipa sénior desvinculada da SAD, que deveria competir na II Liga na próxima temporada, mas falhou a inscrição nas competições profissionais, e posteriormente viu o seu pedido de licenciamento negado pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF) para a Liga 3, com o prazo para recorrer junto do Conselho de Justiça (CJ) a terminar hoje.

O incumprimento de certos critérios financeiros levou a essas decisões, e caso o CJ da FPF não conceda o recurso, a SAD 'axadrezada' poderá ser relegada para os escalões distritais da associação de Futebol do Porto, abaixo da Liga 3 e do Campeonato de Portugal, que correspondem ao terceiro e quarto níveis nacionais, respetivamente.

"Muitas decisões da SAD não podiam ser revertidas pelo clube diretamente, que agora atua de forma firme e autónoma. Embora não se possa garantir que não surjam novos problemas, estamos a implementar uma nova abordagem: maior controle, rigor e compromisso. O futuro será sempre desafiante, mas estamos mais preparados e unidos. Esta é uma chance histórica para reiniciar com dignidade, com os pés no chão e a olhar para o futuro", garantiu Rui Garrido Pereira.

Após a despromoção à II Liga em maio, depois de terminar a temporada 2024/25 da I Liga no último lugar, com apenas 24 pontos, o Boavista concluiu um ciclo de 11 anos no escalão principal, mantendo-se como um dos cinco clubes campeões nacionais na história, tendo vencido o título em 2000/01.

"Nos últimos dias, tanto os adeptos históricos como os mais novos expressaram publicamente a sua preocupação com o futuro do clube. Queremos transmitir uma mensagem de otimismo: o atual momento é complicado, mas os boavisteiros irão unir-se para resgatar o Boavista", finalizou.

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