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Ben Gvir provoca controvérsia ao ameaçar líder palestiniano na prisão

Itamar Ben Gvir, ministro da Segurança Nacional de Israel, confronta Marwan Barghouti em vídeo, gerando forte reação das autoridades palestinianas, que classificam o ato de "terrorismo de Estado".

há 3 horas
Ben Gvir provoca controvérsia ao ameaçar líder palestiniano na prisão

O ministro israelita de extrema-direita, Itamar Ben Gvir, no cargo da Segurança Nacional, partilhou um vídeo onde ameaça o líder palestiniano Marwan Barghouti, que cumpre pena de prisão desde 2002. Esta ação, divulgada nas redes sociais, foi rapidamente condenada pelas autoridades palestinianas.

As imagens mostram Ben Gvir, acompanhado por duas outras pessoas, incluindo um guarda prisional, confrontando Barghouti enquanto este se encontra dentro da sua cela. O ministro proferiu frases ameaçadoras em hebraico, afirmando: “Vocês não vão vencer-nos. Quem fizer mal ao povo de Israel, quem matar crianças e mulheres, será apagado.”

Barghouti, membro do Conselho Legislativo Palestiniano e um dos líderes da Fatah, tentou responder, mas foi interrompido por Ben Gvir, que reitera as suas intenções de forma agressiva. O ministro indicou ainda que não se desculparia por aquilo que disse, reiterando que aqueles que atacarem Israel enfrentarão as consequências.

Detido por Israel por homicídio em 2002, Barghouti é frequentemente referido como o “Mandela palestiniano” e figura emblemática da causa palestiniana, defendendo uma solução política para o conflito. Apesar da sua prisão, muitos veem em Barghouti um potencial sucessor para o atual presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas.

O incidente foi considerado "uma provocação sem precedentes" pelas autoridades palestinianas, que denunciaram a invasão da cela de Barghouti. Também foram levantadas preocupações sobre as suas condições de detenção, com relatos de que o líder palestiniano está a sofrer de problemas de saúde e isolamento severo.

A representação da Autoridade Palestiniana junto da ONU também condenou as ações do ministro, acusando-o de tentar quebrar a vontade de Barghouti. O Hamas também expressou apoio ao líder palestiniano, denunciando as ações de Ben Gvir como uma forma de brutalidade contra um prisioneiro vulnerável.

Ben Gvir e o ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, são considerados os membros mais radicalizados do governo de Benjamin Netanyahu, que já foi alvo de críticas internacionais devido à sua retórica incendiária contra a população palestiniana.

Além disso, no início do mês, Ben Gvir havia gerado polêmica ao rezar em um local sagrado islâmico em Jerusalém, desrespeitando proibições que proíbem este ato a não muçulmanos.

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