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Belém, cidade-sede da COP30, enfrenta graves desafios de saneamento

A Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP30) em Belém destaca a falta de saneamento básico na cidade, que é uma das piores do Brasil em termos de infraestruturas.

15/07/2025 18:40
Belém, cidade-sede da COP30, enfrenta graves desafios de saneamento

A cidade de Belém, que irá receber a próxima Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP30) em novembro, preocupa por ser o sexto município brasileiro com o mais deficiente sistema de saneamento básico. Esta informação surge de um estudo recente do Instituto Trata Brasil, que classifica anualmente os 100 maiores municípios do país.

Com uma população de 1,3 milhões de habitantes, Belém registou uma descida no seu posicionamento em comparação com o ano anterior. A região amazónica, onde se insere a cidade, sofre com um complexo sistema geográfico repleto de rios, e tem cinco cidades entre as seis com os piores indicadores de saneamento.

No que diz respeito à cobertura da rede de esgotos, Belém ocupa a sétima pior posição, enquanto no que se refere às perdas de água durante a distribuição, a cidade encontra-se em penúltimo lugar, o que agrava ainda mais a sua situação de abastecimento.

O estudo aponta que a escassez de investimento público está na origem desses problemas: os 20 municípios com melhor desempenho gastaram, em média, 176 reais (27 euros) por habitante entre 2019 e 2023, enquanto os 20 municípios mais carentes apenas investiram 78 reais (12 euros). Em Belém, o gasto por habitante reduziu drasticamente de 326 reais (cerca de 50 euros) em 2020 para apenas 27 reais (cerca de 4 euros) entre 2020 e 2023.

Com a confirmação da COP30 para Belém, os governos federal e regional reagiram anunciando uma série de projetos multimilionários de saneamento que estavam em espera há décadas. Este evento, que acontece sob a presidência do Brasil, surge num momento crítico para a implementação de medidas que visem limitar o aumento da temperatura global a 1,5 graus Celsius, conforme estipulado no Acordo de Paris de 2015.

A COP30 deverá abordar questões pendentes relacionadas com o financiamento para países em desenvolvimento, sendo que, segundo especialistas, estas questões se tornam cada vez mais complexas, especialmente após a retirada dos Estados Unidos do Acordo de Paris, decisão tomada pelo atual presidente no início do seu mandato.

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