Aumento das Alergias: Um Alerta Urgente dos Especialistas
A Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica prevê um aumento nostran iodo e gravidade das alergias nos próximos anos, impulsionado pelas mudanças climáticas.

A Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC) fez um importante alerta sobre a tendência crescente da incidência e severidade das alergias. Segundo a presidente da SPAIC, Ana Môrete, as mudanças climáticas, em particular o aquecimento global, estão a influenciar significativamente o comportamento das plantas, resultando em floração mais antecipada e períodos de polinização prolongados.
“As alterações climáticas causam um aumento nos totais anuais de pólen, levando a uma temporada de alergias que se torna tanto mais longa quanto mais desafiadora, especialmente no outono”, explica Môrete. Ela ressalta que fenómenos climáticos severos, como tempestades de areia, contribuem para a libertação de partículas que aumentam o risco de condições alérgicas e respiratórias.
Além dos efeitos sobre os pólenes, as alterações climáticas amplificam a poluição e prolongam a exposição aos alérgenos, resultando em uma maior vulnerabilidade a infeções, o que piora a gravidade das doenças alérgicas. Môrete também apontou que o aumento do consumo de alimentos processados poderá estar a contribuir para a crescente incidência de alergias alimentares.
Atualmente, mais de três milhões de portugueses são afetados por alguma forma de doença alérgica. A presidente da SPAIC alerta que algumas dessas alergias podem ter consequências fatais, especialmente em casos de anafilaxia. Este tipo de reação alérgica, que pode manifestar-se de forma súbita e ser letal, é frequentemente subdiagnosticada.
Môrete enfatiza a importância do reconhecimento dos primeiros sinais de anafilaxia e a necessidade de educar doentes, cuidadores e profissionais de saúde sobre as respostas adequadas. O uso de adrenalina autoinjetável é fundamental para salvar vidas e capacitar os pacientes a viver de forma segura.
A anafilaxia pode ser provocada por diversos fatores, incluindo alimentos como leite, ovo, amendoins, frutos secos, marisco e peixe, bem como por medicamentos e picadas de abelhas ou vespas.
Estudos epidemiológicos indicam que as principais alergias incluem rinite (30% da população), asma alérgica (10%), alergias alimentares e medicamentosas (até 5%) e anafilaxia, que afeta entre 1% e 2% da população.