Após ataques que resultaram em mortes e danos, o governo moçambicano reforça a segurança na Reserva Especial do Niassa, almejando estabilizar a região afetada.
As autoridades de Moçambique decidiram implementar uma força policial permanente na Reserva Especial do Niassa, localizada no norte do país, em resposta a ataques armados alegadamente perpetrados por rebeldes. O porta-voz da Polícia da República de Moçambique (PRM), Leonel Muchina, confirmou que esta medida visa garantir a segurança e a estabilidade na região.
Durante uma conferência de imprensa realizada em Maputo, ficou claro que os recentes ataques resultaram na morte de dois fiscais e no desaparecimento de outros, além da destruição de veículos e bens na reserva. Os atentados tiveram lugar nas coutadas da REN, uma área crucial para a conservação.
Informações do Projeto Carnívoros do Niassa, responsável por um acampamento de caça desportiva em Mariri, revelam que um dos fiscais ficou ferido durante as incursões armadas. A reserva, que abrange 42 mil quilómetros e é uma zona de caça significativa, já tinha sofrido ataques em datas anteriores, sendo o mais recente datado de 29 de abril.
Após esses incidentes, a equipe e os recursos logísticos do Projeto Carnívoros foram retirados do acampamento como precaução. A associação que representa os operadores de safaris em Moçambique expressou sua preocupação com os ataques e apelou à calma para aqueles que possuem atividades de caça programadas na área.
O governo americano e o britânico emitiram alertas sobre a situação, recomendando que seus cidadãos reconsiderem viagens para a região do Niassa devido à crescente insegurança. A situação também é alarmante na província vizinha de Cabo Delgado, que desde 2017 enfrenta uma grave crise de insurgência, resultando em milhares de mortos e deslocados.
O ministro da Defesa de Moçambique, Cristóvão Chume, reconheceu a presença de grupos terroristas na Reserva, enfatizando que o governo está a trabalhar no combate a essa ameaça. A crise na província de Cabo Delgado, rica em gás, continua a agravar-se, com dados recentes indicando um aumento no número de fatalidades devido a atividades extremistas.