Aumento alarmante de incêndios florestais em Portugal: mais de 800 casos de fogo posto
A GNR deteve 42 indivíduos por incêndio florestal em 2023 e identificou 566 suspeitos. De janeiro a agosto, registaram-se quase 6 mil incêndios, destacando-se os casos de incendiários.
A Guarda Nacional Republicana (GNR) revelou que, até 13 de agosto, foram contabilizados perto de 6.000 incêndios florestais em Portugal este ano, uma situação alarmante que requer atenção redobrada.
No total, a GNR registou 5.996 ocorrências, das quais 30,2% foram atribuídas ao uso não controlado do fogo, correspondendo a 1.022 incêndios. O fogo posto registou-se como a segunda causa mais frequente, com 814 casos, enquanto 786 incidentes foram classificados como "causas indeterminadas". Os incêndios oriundos de acidentes representaram 492 casos (14,5%), seguidos por reacendimentos (223 casos), causas naturais (35 casos) e origens estruturais (17 casos).
Em relação ao incendiário, a GNR confirmou a detenção de 42 pessoas "em flagrante delito pelo crime de incêndio florestal" e revelou que há ainda 566 indivíduos identificados como suspeitos. Para comparação, durante todo o ano de 2024, os dados foram inferiores, com 36 detenções e 551 suspeitos.
A GUARD assegura que, neste período crítico e de alerta, detetou ainda 56 infrações associadas a queimadas e 248 autuações por queimas e fogueiras ilegais. É importante lembrar que, sob a atual situação de alerta, as queimadas e queimas de sobrantes estão proibidas, e as autoridades apelam a que seja solicitada autorização do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) para qualquer atividade de queima, fora deste contexto.
Além disso, a GNR assinalou 10.417 infrações relacionadas com a falta de limpeza de terrenos e elaborou 1.289 autos por não gestão de combustível. A GNR lançou um apelo à população para que evite comportamentos que possam provocar incêndios.
Por fim, a GNR vai intensificar o patrulhamento e a vigilância em áreas florestais e agrícolas, de forma a desencorajar comportamentos irresponsáveis e a identificar rapidamente situações que suscitem suspeitas. A linha SOS Ambiente e Território, disponível no número 808 200 520, permanece ativa para denúncias e esclarecimentos.