André Ventura defende presença política ativa nas zonas afetadas pelos incêndios
O líder do Chega criticou a falta de ação dos políticos, apelando à sua presença nas áreas afetadas pelos incêndios e denunciando a "gestão desastrosa" do Governo.

André Ventura, presidente do Chega, visitou hoje o quartel dos Bombeiros Voluntários do Fundão, onde fez a entrega de mantimentos e águas, aproveitando a ocasião para exortar outros partidos e líderes políticos a estarem mais próximos da realidade no terreno.
"Todos temos a responsabilidade de agir. Esta contribuição do Chega não solucionará os problemas, mas é um exemplo de como devemos intervir, e faço um apelo para que todos façam algo", afirmou Ventura, enquanto ajudava a descarregar alimentos e bebidas.
O líder do Chega sublinhou que é fundamental que os políticos estejam presentes quando as situações começam a "descontrolar-se", demonstrando à população que “não estão sozinhos”, embora tenha destacado a necessidade de não interferir nas operações em curso.
"Os políticos devem esforçar-se para estar ao lado dos operacionais e não escondidos em Lisboa", acrescentou Ventura, referindo-se à gestão dos incêndios deste ano, a qual considerou ser "uma gestão desastrosa".
O político fez um prognóstico de que a avaliação da situação deverá ser debatida no parlamento na próxima semana, onde estará presente o primeiro-ministro Luís Montenegro. "Ainda hoje, lidamos com incêndios que há muito deviam estar controlados, o que não acontece pois pedimos ajuda tarde e falhámos no planeamento da época de incêndios", observou.
Ventura assinalou a responsabilidade de todos os políticos na atual situação. Ao ser questionado se o primeiro-ministro deveria visitar o terreno, respondeu que "também devia", embora reconhecesse que a agenda é uma prerrogativa do chefe do Governo.
"O que vemos é uma ministra que ignora as necessidades das forças no terreno, que evita responder a perguntas e demonstra falta de liderança", frisou, defendendo a urgência de ter líderes que possam enfrentar as dificuldades diretamente.
Para Ventura, é imprescindível que os políticos estejam presentes nas áreas ativas de combate aos incêndios, para que bombeiros e forças de segurança sintam que não estão esquecidos. "Esta presença deve ser sentida, mesmo nas ações mais básicas", enfatizou.
Além disso, Ventura apelou para um "novo planeamento do território", manifestando a necessidade de prender incendiários e cortar com o negócio dos incêndios. Para ele, deve haver uma prioridade na atuação dos meios aéreos para prevenir reacendimentos.
Portugal continental tem enfrentado múltiplos incêndios de grandes proporções desde julho, afetando principalmente as regiões Norte e Centro, resultando na morte de três pessoas e vários feridos. Dados oficiais provisórios indicam que até 21 de agosto, cerca de 234 mil hectares arderam, mais de 53 mil apenas no incêndio de Arganil.