Ajuda Psicológica para Vítimas de Incêndios em Portugal

A Ordem dos Psicólogos anuncia que, na próxima semana, disponibilizará uma equipa de psicólogos para ajudar as populações impactadas pelos incêndios rurais, em resposta às solicitações das autarquias. A bastonária Sofia Ramalho enfatizou a importância desta intervenção, sublinhando que "o fogo não se apaga quando as chamas desaparecem".

Este apoio psicológico pode estender-se por um período de até três meses e será vital para identificar sintomas relacionados com o trauma causado pelos fogos florestais. Conforme a psicóloga explicou, após a fase de emergência, muitas pessoas experimentam o surgimento de sintomas, como irritabilidade, tristeza profunda, isolamento e dificuldades em tomar decisões.

As reações emocionais podem variar conforme a faixa etária; as crianças tendem a regredir, os adolescentes frequentemente se isolam e os idosos costumam experienciar um aumento do medo. Aqueles que já vivenciaram incêndios anteriores estão ainda mais suscetíveis a uma nova crise.

Desde o devastador ano de 2017, em que os incêndios causaram mais de cem mortes, as intervenções em crises têm sido mais estruturadas. A primeira linha de apoio é geralmente fornecida pelo Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), enquanto um grupo de cerca de três mil psicólogos especialistas em situações de catástrofe pode ser ativado pela Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).

O continente tem enfrentado severos incêndios desde julho, especialmente nas regiões Norte e Centro, resultando em três fatalidades, incluindo um bombeiro, além de feridos graves e danos significativos em habitações e áreas agrícolas.

Portugal ativou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, recebendo apoio aéreo com a chegada de dois aviões Fire Boss e a expectativa de mais dois Canadair esta semana. Um total de 234 mil hectares já ardidos, com cerca de 53 mil apenas no incêndio de Arganil, ilustra a gravidade da situação.