O MP acusa Miguel Pinho de tentar corromper o jogador Edgar Costa com 30.000 euros para prejudicar o Marítimo em jogo contra o Benfica durante a temporada 2015/16.
O Ministério Público (MP) apresentou acusações contra Miguel Pinho, um agente de futebol de 33 anos, por alegada corrupção ativa. Segundo o despacho do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), ao qual a Lusa teve acesso, Pinho teria solicitado a Edgar Costa, jogador do Marítimo, para "jogar mal" numa partida contra o Benfica, ao oferecer-lhe 30.000 euros e um novo contrato.
De acordo com a acusação, a tentativa de suborno ocorreu em maio de 2016, na sequência de um telefonema feito por Miguel Pinho, no qual se identificou como empresário de futebol e pediu um encontro com Costa. O jogador aceitou o convite, que o levou até ao Hotel Pestana Casino Park, local onde se encontraram no hall de entrada.
Uma vez no quarto de hotel, onde aguardava outro indivíduo cuja identidade não foi possível confirmar, Miguel Pinho e o acompanhante comunicaram a Edgar Costa que representavam o Sport Lisboa e Benfica. Durante a conversa, ofereceram-lhe 30.000 euros, caso este não desempenhasse o seu melhor em campo no jogo marcado para 8 de maio de 2016, que seria decisivo para a luta pelo título da Liga.
O MP sublinha que o jogador rejeitou de imediato a proposta, saindo do local. Após investigação, o DCIAP determinou o arquivamento dos inquéritos relacionados com a Benfica SAD e com o pai de Miguel Pinho, Luís Miguel Pinho, por falta de indícios que os incriminassem ou ligassem a qualquer ação da estrutura diretiva do clube.
Além disso, o MP requisitou que Miguel Pinho seja impedido de exercer a atividade de empresário desportivo por um período de três anos e que os bens ligados a esta infração, no montante de 30.000 euros, sejam apreendidos.