O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, rejeitou as breves tréguas sugeridas por Putin, argumentando que não são suficientes para diálogos significativos sobre a paz.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, manifestou de forma clara a sua posição em relação às tréguas anunciadas pelo líder russo, Vladimir Putin. Segundo Zelensky, os prazos propostos, que incluem um cessar-fogo entre 8 e 10 de maio, são demasiado curtos para que possam ser realizadas conversações sérias e produtivas.
“É irrealista esperar que se possa chegar a um acordo em três, cinco ou sete dias. Precisamos ser sinceros. É apenas um jogo de cena da parte dele [Putin]”, afirmou Zelensky durante uma conversa com jornalistas na noite de sexta-feira, que estava sob embargo até hoje.
O líder ucraniano salientou que não se pode esperar a definição de um plano claro para terminar o conflito, iniciado pela Rússia em fevereiro de 2022, em tão pouco tempo. Para ele, estas propostas não refletem uma postura séria na busca pela paz.
Zelensky também expressou preocupações em relação às celebrações que ocorrerão em Moscovo, onde cerca de 20 líderes mundiais, incluindo Xi Jinping da China e Luiz Inácio Lula da Silva do Brasil, estarão presentes. “Não conseguimos garantir a segurança dos líderes internacionais que estarão lá”, disse ele, frisando a incerteza sobre as ações que a Rússia possa tomar nesse dia.
“A Rússia poderá desencadear eventos como incêndios ou explosões e depois tentar responsabilizar-nos”, acrescentou Zelensky, reforçando a sua posição firme.
A Ucrânia defende um “cessar-fogo total e incondicional” como condição para qualquer conversação futura com a Rússia, que, embora afirme estar pronta para dialogar, mostra relutância em concordar com um armistício prolongado, temendo que isso permita à Ucrânia reorganizar as suas forças com o apoio ocidental.
Anteriormente, Putin tinha proposto uma trégua temporária durante o fim de semana da Páscoa. Os Estados Unidos, por sua vez, afirmaram que o presidente Donald Trump deseja um cessar-fogo permanente, em vez de uma solução transitória como a anunciada por Putin.