"Um mês sem Diogo Jota: impacto emocional nos jogadores e na equipa"
No primeiro mês da trágica perda de Diogo Jota e André Silva, abordamos o impacto emocional na equipa e a importância do apoio psicológico para os atletas.

No passado dia 3 de julho, a comunidade desportiva ficou de luto após a morte trágica de Diogo Jota e do seu irmão, André Silva, num acidente rodoviário em Zamora, Espanha. Esta situação gerou um profundo vazio nas equipas por onde passaram, especialmente no Liverpool e no Penafiel, onde ambos eram figuras de destaque.
Diogo Jota, que se deslocava a Inglaterra por recomendações médicas, preferiu viajar de carro devido a uma recente cirurgia no pulmão. Infelizmente, o percurso teve um trágico desfecho, com um despiste na A-52, aparentemente resultante do rebentamento de um pneu e possível excesso de velocidade, culminando num incêndio devastador.
As cerimónias fúnebres, ocorridas a 5 de julho em Gondomar, reuniram várias figuras do desporto, incluindo membros dos planteis de Liverpool e Penafiel, revelando a enorme influência e respeito que Diogo e André conquistaram. Várias homenagens têm sido realizadas, incluindo um emocionante tributo no Japão por Ian Rush, lenda do Liverpool.
Para discutir a repercussão emocional desta perda, conversámos com João Lameiras, psicólogo do desporto, que enfatizou a importância de estabilizar a saúde mental dos jogadores antes das competições. "Após uma perda tão significativa, é essencial criar um ambiente seguro onde os atletas possam expressar livremente as suas emoções, sem julgamentos", salientou Lameiras.
Com os jogos oficiais a aproximarem-se, tanto o Liverpool, que enfrenta o Crystal Palace na Supertaça Inglesa, como o Penafiel, que joga contra o Portimonense na II Liga, a preparação psicológica torna-se cada vez mais relevante. "É crucial garantir que os jogadores tenham apoio psicológico contínuo durante a época, respeitando o processo de luto, mas também mantendo a performance desportiva", acrescentou.
A ausência notória de Luis Díaz nas cerimónias fúnebres também foi tema de discussão, com Lameiras a reconhecer que cada atleta lida com a dor de maneira única. A pressão pública pode intensificar o sofrimento de quem não comparece, revelando a sensibilidade do momento.
O psicólogo enfatizou que a saúde mental não deve ser subestimada, e que o sucesso desportivo depende não apenas do treino físico, mas também do equilíbrio emocional. "Num contexto de alto desempenho, cuidar da mente é tão vital quanto cuidar do corpo", concluiu João Lameiras.