O governo do Bangladesh suspendeu temporariamente a Liga Awami, liderada pela ex-primeira-ministra Sheikh Hasina, em meio a protestos exigindo a sua proibição.
O governo do Bangladesh tomou a drástica decisão de suspender temporariamente a Liga Awami, partido político com uma longa história e liderado pela ex-primeira-ministra Sheikh Hasina. Esta medida surge após uma onda significativa de protestos que ocorreram na passada sexta-feira, exigindo a proibição das atividades da Liga Awami, acusado de uma resposta desmedida a manifestações nos últimos meses.
Asif Nazrul, consultor do Governo Interino, justificou a medida pela necessidade de proteger a segurança e soberania nacional, afirmando que "todas as atividades da Liga Awami, incluindo as digitais, estão proibidas pela Lei Antiterrorismo até que os procedimentos legais contra o partido e os seus líderes sejam concluídos junto ao Tribunal Internacional de Crimes do país".
Além disso, foram anunciadas alterações à legislação do tribunal, que agora terá a capacidade de sancionar partidos políticos, seus afiliados ou grupos de apoio, aumentando as repercussões legais para a Liga Awami.
A ex-primeira-ministra Sheikh Hasina, que detinha o poder desde 2009, abandonou o seu palácio no dia 5 de agosto, buscando refúgio na Índia após semanas de agitação civil que resultaram em uma forte repressão. Relatórios da ONU, citando múltiplas fontes, indicam que entre 1 de julho e 15 de agosto, cerca de 1.400 vidas podem ter sido perdidas devido à violência, com um significativo número de feridos, muitos deles crianças.
O alto-comissário da ONU denunciou graves violações dos direitos humanos, responsabilizando o governo anterior, os serviços de segurança do Bangladesh, e elementos extremistas associados à Liga Awami pela crise humanitária que o país enfrenta atualmente.