A Câmara de Santarém encerrou 2024 com um surplus de 4,9 milhões de euros, permitindo avanços em investimentos públicos, revelou o presidente da autarquia.
A Câmara Municipal de Santarém conseguiu um resultado financeiro positivo de 4,9 milhões de euros no final de 2024, um aumento significativo de 2,7 milhões em comparação com 2023. Este desempenho financeiro permitirá, segundo o presidente João Teixeira Leite, a realização de diversos investimentos públicos.
"As contas de 2024 são favoráveis à nossa credibilidade junto das instituições bancárias, uma vez que estamos a empreender vários investimentos públicos financiados por empréstimos. Atualmente, a câmara goza de uma sólida credibilidade", explicou à Lusa o presidente da autarquia.
De acordo com o relatório contábil de 2024, ao qual a Lusa teve acesso, as receitas municipais totalizaram 60,7 milhões de euros, um montante superior aos 57 milhões de euros de 2023. Este aumento é atribuído a um incremento nas transferências correntes, que ascenderam a 4,3 milhões de euros, bem como a um crescimento de 394 mil euros em taxas, multas e penalizações.
O documento já recebeu aprovação do executivo, com os votos favoráveis dos vereadores do PSD e do PS, enquanto o vereador do Chega expressou o seu desacordo. O relatório será apresentado à assembleia municipal, onde o entendimento entre PSD e PS assegura a maioria absoluta.
A taxa de execução orçamental da receita situou-se nos 86%, atingindo o mínimo legal exigido de 85%. No que respeita às despesas, a execução orçamental foi de 78,6%, totalizando 59,9 milhões de euros, um indicativo de aumento em relação ao ano anterior. Este aumento deve-se ao reforço na compra de bens e serviços e em pessoal, com valores adicionais de 2,6 milhões e 1,7 milhões de euros, respetivamente.
Além disso, a Câmara Municipal conseguiu reduzir a sua dívida em 1,2 milhões de euros, fixando-a em 30,7 milhões de euros, o que representa uma diminuição total de cerca de 69 milhões de euros desde 2011. O presidente Teixeira Leite frisou que esta redução permitirá ao município aumentar a sua capacidade para realizar mais investimentos públicos.
"Estamos bem abaixo da nossa capacidade de endividamento. Nos próximos meses, pretendo que a câmara recorra ainda a mecanismos de financiamento junto da banca para a realização de investimentos. Temos uma condição financeira robusta para honrar todos os nossos compromissos, uma vez que estamos dentro dos limites legais", acrescentou.
Em termos de pagamentos a fornecedores, o prazo médio foi reduzido de 35 para 17 dias.
No entanto, a vereadora do Chega, Manuela Estêvão, alertou que, apesar dos resultados positivos, a dívida da câmara poderá aumentar devido aos investimentos em curso que estão a ser financiados por bancos. "Os 30,7 milhões de dívida não incluem 2,6 milhões destinados ao novo campo de rugby, um milhão para o campo de jogos da Ribeira de Santarém, ou 600 mil euros para o relvado sintético na Escola Superior Agrária. Se todas estas obras forem avante, a dívida pode ascender a 56 milhões de euros", concluiu.